Após reestruturação societária fabricante europeu assume 75% das ações e governo de Quebec fica com o restante
Airbus passa a controlar 75% do programa A220, em sociedade com o governo de Quebec
A Airbus chegou a um acordo com a Bombardier e o governo do Quebec e a Bombardier sobre a nova estrutura acionária do programa A220, onde o fabricante europeu passará a deter 75% das ações.
A Bombardier também concordou em transferir suas ações restantes para o governo do Quebec, que passa agora a contar com 25% do projeto. Com a transação a Bombardier receberá US$ 591 milhões, com 90% do valor pago imediatamente e o restante até o fim de 2021.
A Airbus através de sua subsidiária integral Stelia Aerospace, vai assumir o trabalho de produção dos componentes do A220 e do A330 que eram de responsabilidade da Bombardier, na unidade de Saint-Laurent, em Quebec. A Stelia Aerospace irá produzir o cockpit e a seção traseira do jato regional.
“Este acordo com a Bombardier e o governo de Quebec demonstra nosso apoio e compromisso com o A220. Além disso, amplia nossa parceria de confiança com o governo de Quebec”, disse Guillaume Faury, CEO da Airbus. “Estamos alinhados com o governo de Quebec em nossa ambição de trazer visibilidade a longo prazo para a indústria aeroespacial canadense e de Quebec”.
De acordo com o contrato, em 2026 a Airbus poderá adquirir a parcela do governo do Quebec, passando a deter o controle total do programa A220.
“Esta transação apoia nossos esforços para abordar nossa estrutura de capital e completa nossa saída estratégica da indústria aeroespacial comercial”, disse Alain Bellemare, Presidente e CEO da Bombardier. “Estamos confiantes que o programa A220 terá uma longa e bem-sucedida execução sob a administração da Airbus e do governo de Quebec”, completou.
O programa A220, originalmente designado como CSeries, estava entre os mais ambiciosos programas desenvolvidos pela Bombardier. O conceito voltado para aviação regional atendia também empresas com voos domésticos de baixa capacidade, oferecendo uma aeronave nova que prometia reduzir em até 20% o consumo de combustível.
O maior trunfo do CSeries estava em seus motores PurePower, da Pratt & Whitney Canada, que se tornaram padrão entre os aviões remotorizados. O CSeries foi responsável pela rápida modernização dos principais aviões de corredor único do mercado, dando origem a uma nova geração de aeronaves remotorizadas. Porém, os elevados custos do programa e os atrasos em seu desenvolvimento obrigaram a Bombardier a negociar sua venda para a Airbus e o governo de Quebec.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 15/02/2020, às 08h00 - Atualizado às 08h10
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