Pilotos de ensaio da FAB foram os responsáveis pelo primeiro voo dos Gripen no Brasil
Por André Magalhães Publicado em 14/04/2022, às 12h22
Os pilotos de ensaio em voo da Força Aérea Brasileira detalharam, em um vídeo publicado pela Saab, como foi o primeiro voo dos Gripen F-39E no Brasil.
No depoimento, os aviadores relataram que fizeram um planejamento especial da rota para o translado, incluindo um voo do trajeto no simulador, onde ainda treinaram alguns procedimentos de emergência.
O major Abdon informou que após a decolagem juntou-se ao líder da formação, o tenente-coronel Cristiano, e ambos subiram pra o nível 290 (29.000 pés) e fizeram o voo de cruzeiro até o destino com Mach 0.8 (aproximadamente 990 km/h).
No dia 6 de abril, os primeiros caças F-39E, de produção em série, voaram do aeroporto de Navegantes, em Santa Catarina, até o Centro de Ensaios em Voo do Gripen (GFTC), na unidade da Embraer, em Gavião Peixoto, São Paulo.
O voo durou aproximadamente 50 minutos e aconteceu conforme o planejado. Tanto o major quanto o tenente-coronel disseram que se sentiram gratos pela missão e por fazerem parte de um marco para a FAB.
No GFTC os caças vão passar por um complexo processo de testes para obter o Certificado de Tipo Militar. Após isso, os Gripen irão para seu novo lar, a base aérea de Anápolis, em Goiás, para as etapas finais da fase de entrega e início do processo de desenvolvimento de doutrinas operacionais.
A FAB recebeu suas quatro primeiras unidades operacionais em novembro de 2021. Os caças foram entregues formalmente na fábrica da Saab em Linköping, Suécia. O envio das outras duas aeronaves deverá acontecer ainda neste semestre.
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— Saab do Brasil (@saabdobrasil) April 11, 2022
O Saab Gripen NG foi selecionado pelo Brasil em 2013, quando concorria com o norte-americano Boeing F/A-18 Super Hornet e o francês Dassault Rafale, dentro do Programa F-X2 – que visava a renovação da aviação de caça do Brasil. Ao todo, a FAB terá 36 unidades do caça, sendo 28 da versão E (monoposto) e oito da versão F (biposto).
O ponto chave da escolha do Brasil é a transferência de tecnologia, isso significa que o país terá acesso e participação no desenvolvimento dos aviões. Exemplo disso é a produção de componentes no Brasil que já está em andamento, ou então a produção da versão biposta totalmente em território nacional.