A execução de obras de modernização em aeroportos na Amazônia representam um desafio para empresas de engenharia
Por Marcel Cardoso Publicado em 22/09/2023, às 14h49
As obras de modernização em aeroportos na Amazônia têm sido desafiadoras para a logística do transporte de insumos necessários para as intervenções.
Em Tefé (TFF), a 575 km a oeste de Manaus, e Tabatinga (TBT), na fronteira do Brasil com a Colômbia, a maior parte dos materiais é transportada por balsas ou barcas, cujo deslocamento pode levar até 20 dias, dependendo da vazão do Rio Solimões.
Por conta disso, todo o cronograma de obras precisa ser pensado e estudado, levando em conta esse transporte e todo o desafio climático envolvido, já que durante cerca de oito meses do ano, a região enfrenta um período de chuvas e cheias.
Em TBT, há ainda uma peculiaridade. Índios da etnia Ticuna precisam cruzar a área do aeroporto para acessarem sua área de cultivo. Para isso, a empresa de engenharia responsável pelas intervenções desenvolveu um projeto de sinalização de segurança, no idioma da comunidade, facilitando a comunicação e reduzindo possíveis interferências na sua rotina. Uma das funcionárias é pertencente à aldeia e é responsável pela interação com a comunidade.
“Estamos diante de um desafio logístico complexo e singular, especialmente nos aeroportos de Tefé, Tabatinga e Cruzeiro do Sul, onde a ausência de acesso rodoviário convencional demanda estratégias diferenciadas", disse Tiago Fernandes, gerente de contratos da Passarelli Engenharia.
Os três aeroportos são administrados pela Vinci Airports Brasil.