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Disputa judicial

Crise de pilotos força redução de voos em aérea da Índia

Demissão em massa de pilotos da companhia aérea Akasa Air está sendo analisada legalmente em tribunal na Índia


Akasa Air foi a primeira a receber a versão de alta densidade do Boeing 737 MAX 8 na Ásia - Boeing
Akasa Air foi a primeira a receber a versão de alta densidade do Boeing 737 MAX 8 na Ásia - Boeing

A companhia aérea de baixo custo indiana Akasa Air foi obrigada a cortar voos, em meio a uma crise de demissão em massa de seus pilotos, que estão deixando seus postos de forma abrupta sem cumprir o aviso prévio em contrato.

O êxodo abrupto de aproximadamente 40 pilotos nos últimos dois meses, levou a interrupção de cerca de 20% dos 3.500 voos mensais da Akasa Air. A companhia questionou a não intervenção dos reguladores e entrou com um processo legal em um tribunal de Delhi.

A Akasa diz que a Direção-Geral da Aviação Civil da Índia, (DGCA, na sigla em inglês), órgão que regula a aviação comercial no país, ao não intervir, poderia levar ao encerramento das operações da empresa fundada em dezembro de 2021.

De acordo com os regulamentos da DGCA, o período de aviso prévio varia de 6 a 12 meses, dependendo da categoria do piloto.

Em audiência, representantes da transportadora afirmaram que 600 voos foram cancelados em agosto e que mais 700 deixariam de ser realizados em setembro se novas demissões fossem registradas.

A transportadora com sede em Mumbai, possui uma frota composta por 20 Boeing 737 MAX 8. Desde o lançamento de seus voos no ano passado mais de 4 milhões de passageiros foram transportados.

As dificuldades operacionais da Akasa ocorrem em meio a a disputa de mercado com a Air India e Indigo, que polarizam o setor. Ambas tem planos ambiciosos para os próximos anos com encomendas recordes fechadas nos últimos meses com Airbus e Boeing.

A Indigo se tornou líder em pouco mais de uma década, e detém 55% de participação das viagens aéreas domésticas, seguida pela Spicejet, enquanto a outrora gigante Air India detém apenas 9,7%, ocupando a terceira posição.

Já a Akasa viu sua partipação cair de 5,2% para 4,2%, de acordo com dados do governo referentes ao mês de agosto. A malha da empresa possui serviços para 16 destinos domésticos. 

Com a chegada de seu vigésimo avião, a companhia recebeu autorizou para oferecer voos internacionais. Os regulamentos indianos exigem que as empresas tenham ao menos uma frota de 20 aeronaves para se qualificar para operações internacionais.

Por Wesley Lichmann
Publicado em 22/09/2023, às 10h35


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