Míssil atingiu parte de baixo do cockpit do Boeing 737 da Ucrânia

Evidências mostram parte dianteira do avião destruída pela explosão que vitimou instantaneamente os pilotos

Por Edmundo Ubiratan Publicado em 13/01/2020, às 10h00 - Atualizado às 14h35

Cockipt praticamente intacto evidencia que aeronave se fragmentou pouco antes de atingir o solo

O governo da Ucrânia divulgou que seus investigadores acreditam que o Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines foi atingido por baixo, próximo ao cockpit, pelo míssil disparado pela defesa iraniana.

Em entrevista à rede ABC News o secretário de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danilov, afirmou que as análises preliminares ocorreram horas depois do avião cair e que as primeiras evidências foram coletadas pelas autoridades ucranianas antes mesmo do Irã assumir a culpa pela tragédia.

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Uma das imagens divulgada, da seção dianteira da fuselagem, mostra o cockpit praticamente intacto em sua parte superior e os para-brisas com danos internos. As evidências apontam que possivelmente os estilhaços do míssil entraram pela cabine. “Isso explica por que não ouvimos nada dos pilotos, eles morreram imediatamente após a explosão”, acredita Danilov. Além disso, é provável que o avião se desintegrou em pleno ar, pouco ante de atingir o solo.

A Ucrânia se especializou na análise de destriços de aeronaves abatidas, o que ocorreu após a queda do Boeing 777-200 da Malaysia Airlines em julho de 2014, derrubado por um disparo acidental.

“Assim que os iranianos nos deram acesso a esses itens [destroços], nossos especialistas nos mantiveram atualizados sobre o que estava ocorrendo. Rapidamente entendemos o que havia ocorrido”, contou.

Ainda que o governo de Teerã tenha autorizado funcionários da Ucrânia a trabalharem no local da queda, o país inicialmente negou qualquer envolvimento com a queda e iniciou uma rápida limpeza do local. A Ucrânia temia que o cenário pudesse ser amplamente modificado antes que seus especialistas tivessem acesso ao sítio. “O Irã é um país muito difícil. Estávamos preocupados que eles pudessem enviar nossos especialistas de volta”, contou preocupado Danilov. “O Irã entendeu que não tinha escolha. Mesmo que tentassem criar obstáculos, tínhamos o suficiente para mostrar à comunidade internacional o que realmente aconteceu”.

O Irã inicialmente negou envolvimento com o acidente e afirmou nas primeiras horas que houve uma falha técnica e que a aeronave tentava retornar ao aeroporto. Os dados públicos iam contra a alegação do país, que admitiu ter disparado acidentalmente contra o 737.

O acidente vitimou todas as 176 pessoas a bordo e gerou uma grave crise interna no Irã.

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