Motor russo é considerado um dos menos poluentes da atualidade

Criado para equipar os MS-21, o PD-14 recebeu a certificação ambiental da ICAO

Por Gabriel Benevides Publicado em 10/02/2021, às 17h00 - Atualizado em 11/02/2021, às 07h30

Motor PD-14 foi desenvolvido na Rússia como opção para os PW1000 que também equipam o MS-21

A ICAO, a organização e aviação civil internacional, anunciou que o motor russo Aviadvigatel PD-14, que será usado pelo MS-21*, atendeu aos requisitos de emissões de poluentes e seu uso foi liberado pela entidade.

O motor criado na Rússia, com tecnologia local, será implementado a partir de 2023, como opcional ao novo jato comercial MS-21, que deverá ser entregue para a Aeroflot e demais companhias aéreas do país.

Um dos destaques do novo propulsor é ter um dos menores níveis de emissões de poluentes entre a nova geração de motores a jato. Para a United Engine Corporation (ODK, na sigla em russo), responsável pela fabricação motor, a aprovação é um importante passo para a implementação do MS-21 em rotas internacionais. 

Além disso, a certificação ICAO permite afastar o estigma de motores poluentes e de tecnologia ultrapassada, que ainda paira no imaginário popular em relação às tecnologias russas. Os ensaios com o PD-14 aconteceram na Universidade de Ciências Aplicadas de Zurique, na Suíça.

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Oriundo do motor PS-90, conhecido por equipar aeronaves veteranas como o Il-96 e Tu-204, o PD-14 foi desenvolvido especificamente para o MS-21, com capacidade de gerar um empuxo de 31.000 lbf.

O desenvolvimento do novo propulsor foi uma das prioridades do programa de desenvolvimento do novo avião após os Estados Unidos e União Europeia terem impostos alguns embargos a Rússia, que poderia no médio prazo comprometer diretamente o uso dos motores canadenses PW1000.

O MS-21 é a aposta da Irkut para competir com os já consolidados Airbus A320neo e Boeing 737 MAX, se tornando o primeiro avião comercial russo fabricado com base nos requisitos da FAA e dentro de uma nova filosofia de projeto e operação.

A aeronave poderá transportar até 180 passageiros e contará com duas variantes de motores (PD-14 e PW1000G), inclusive com a possibilidade de possuir uma linha de montagem dedicada e centros reparos localizados na Índia.

Voltado para atender em um primeiro momento o mercado interno russo, o modelo pretende substituir as gerações anteriores dos A320 e 737 NG em serviço nas principais companhias aéreas da Rússia. Ainda assim, o programa surgiu na ambição de exportar a aeronave para países aliados e estratégicos que atualmente estão impedidos de adquirir modelos de última geração em decorrência das sanções impostas pelos Estados Unidos e União Europeia. Ou casos de países com empresas com baixa capacidade de acesso às linhas de financiamento internacionais.

* Nota da Redação: Embora na fuselagem esteja a inscrição MC-21, o C do cirílico é equivalente à letra S no alfabeto latino. Por tanto, a grafia correta na transliteração é MS-21.

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