Projeto da Ampaire quer transformar Grand Caravan em um híbrido que terá um motor V12 abastecido com querosene
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 15/09/2022, às 16h50
O Cessna Caravan deverá ganhar mais uma versão elétrica, avançando na remotorização oferecida em projetos experimentais que buscam viabilizar o uso de eletricidade na aviação leve.
A Ampaire, uma das empresas que lideram esse movimento, selecionou a Electric Power Systems (EP Systems) sob um acordo exclusivo para fornecer a bateria de para a atualização híbrida-elétrica prevista para o Cessna Grand Caravan.
O projeto da Ampaire batizado de Eco Caravan, prevê manter a capacidade para nove passageiros, mas oferecendo uma motorização híbrida, similar ao conceito existe na indústria automobilística.
O sistema de armazenamento de energia EPiCTM da EP Systems utiliza uma bateria de tecnologia de célula avançada, que oferece densidade energética de mais de 200Wh/kg (watt-hora por quilograma) e permite mais de 2.000 ciclos de carga rápida antes de ser substituída devido ao uso típico.
Embora a densidade energética seja inferior ao necessário para viabilizar o uso de energia elétrica, ao invés de querosene de aviação, a tecnologia é superior a maioria das células existentes atualmente.
Todavia, ao contrário do modelo atual, impulsionado por um turboélice PT6, a conversão Eco Caravan prevê o uso de um motor RED Aircraft AO3, um V12 diesel, de até 600 hp, que pode ser abastecido com querosene de aviação (QAv) e conta com controle digital (FADEC, na sigla em inglês).
A intenção é que a combinação com A03 com um sistema elétrica ofereça grande capacidade, aliado ao baixo consumo e redução de poluentes.
“Estamos trabalhando em estreita colaboração com outras [empresas] inovadoras para trazer um novo nível de eficiência e baixas emissões para a aviação”, disse Kevin Noertker, fundador e CEO da Ampaire.
A previsão é que o modelo realize seu primeiro voo até o final do ano, dando início ao processo de certificação da FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unidos. O cronograma inicial prevê a certificação para 2024, possivelmente dentro de um STC.
“A EP Systems se destacou ao adaptar sua tecnologia de bateria às nossas necessidades com uma solução certificável de curto prazo”, comentou Noertker.