Força Aérea Brasileira quer comprar segundo lote de caças F-39 Gripen

Comandante da Aeronáutica disse estar confiante no potencial do caça, mesmo com a recente derrota pelo F-35A na Finlândia

Por André Magalhães Publicado em 01/02/2022, às 12h30 - Atualizado às 13h14

O Saab Gripen E está entre os mais modernos da chamada quarta geração plus | Foto: Saab

Em recente entrevista concedida à Folha de São Paulo, o Comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior disse que a Força Aérea Brasileira (FAB) quer adquirir mais 30 unidades do caça Saab Gripen F-39E/F.

A declaração do chefe da FAB retrata a preocupação em obter um segundo lote, que caso aconteça, irá ampliar o número de 36 para 66 unidades. O lote inical conta com 28 aviões do modelo monoposto (F-39E) e oito do modelo biposto (F-39F) sendo que esse último será produzido totalmente no Brasil.

O brigadeiro Baptista disse que as discussões para o segundo lote “estão em fase inicial”, mas a força “tem a intenção”. Todavia, as dificuldades orçamentárias referentes ao meio militar são de conhecimento do brigadeiro.

A recente derrota do Gripen E na Finlândia pelo norte-americano F-35A também foi pauta na entrevista, na qual o comandante diz que “isso é um delírio” os boatos do Brasil comprar o caça de quinta geração.

Bapista Junior diz estar confiante no potencial do Gripen, mesmo que até o momento apenas o Brasil e Suécia assinaram acordo de compra. Para o brigadeiro, o fato do Gripen ter peças vindas de vários países é uma grande característica positiva do avião, algo que ele próprio disse ter sido um problema no caso do A-1 AMX, pois muitas coisas feitas para o avião só tinham na Itália.

As primeiras entregas dos Gripen E para o Brasil e para a Suécia começaram no final do ano passado | Foto: Saab

É planejado que a FAB receba os quatro primeiros F-39E Gripen construídos em série no primeiro semestre deste ano. As aeronaves irão receber a certificação militar. Contudo, na entrevista foi dito que a força aérea quer contar com seis aviões até o fim do ano.

 Embraer e FAB:

Na matéria publicada pela Folha também foram relatadas as negociações com a Embraer referentes ao pedido de redução das unidades do KC-390 – inicialmente 28 aeronaves. A renegociação causou uma inédita crise entre a FAB e a Embraer.

FAB conta com cinco unidades do KC-390 que são operados a partir da ALA 2, em Anápolis, Goiás | Foto: FAB

O Comandante da força admitiu que a carta aberta enviada à Embraer no ano passado foi “dura” e que hoje se considera (FAB) um cliente. No entanto, foi dito pela autoridade militar as tratativas estão próximas de serem finalizadas.

Armamentos:

Outro ponto de relevância abordado na conversa foi o investimento em armamentos para os novos caças. A FAB fez a aquisição de dois eficazes mísseis ar-ar : o Meteor e o Iris-T – ambos com capacidade BVR- ou seja, além do alcance visual.

O Meteor pode atingir alvos entre 100 a 200 km, além de chegar a velocidades hipersônicas de Mach 4. Diferentemente dos demais mísseis, o Meteor mantém a propulsão por foguete, mas tem um motor scramjet, o que proporciona uma maior velocidade durante o voo até o alvo.

O Meteor está entre os míssies mais eficazes do mercado devido a tecnologia instalada  | Foto: Divulgação

Outro destaque é a tecnologia do armamento: o míssil pode receber do caça lançador dados atualizados de onde o alvo se encontra. Além disso, os sistemas de estopim são por impacto ou por interferência de rádio.

Já o Iris-T tem características como: alta capacidade de manobras, graças a seu empuxo vetorado, sistema de busca infravermelha e um alcance de 25 km.

Míssil ar-ar Iris-T faz parte de um programa europeu que reúne seis países europeus | Foto: Saab

Sobre o míssil A-Darter, desenvolvido em parceria com a África do Sul, o chefe da força aérea informou que a situação de quase falência da estatal sul-africana Denel foi prejudicial para o projeto e que “não haverá compra de oportunidade sob este comando”.

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