Erro no software do FMC pode ocasionar situação de perigo e autoridades emitem Diretiva de Aeronavegabilidade
Por Gabriel Benevides Publicado em 04/06/2020, às 14h00 - Atualizado às 15h52
Uma falha de software pode ocasionar, em determinadas situações, a realização de curvas para o lado errado no CRJ200. O erro pode acontecer quando o piloto ajusta um limite de altitude predefinido e o avião ao tentar seguir um procedimento de aproximação perdida virava para o lado errado.
A falha foi inicialmente reportada em 2017, quando a tripulação que operava o CRJ200 voava para o aeroporto de Fort St John, no Canadá, usou a função de correção de temperatura do FMC (Computador de Gerenciamento de Voo). Após a inserção dos dados os pilotos descobriram que o software virou o avião para a direção errada durante uma aproximação perdida. A falha foi rapidamente reportada às autoridades e aos fabricantes envolvidos.
Após uma análise completa, as autoridades aeronáuticas dos Estados Unidos e Europa emitiram uma Diretiva de Aeronavegabilidade (AD) para uma falha específica no software de determinados FMS fabricados pela Collins Aerospace. Por conta desse erro, dependendo da localidade do aeroporto, um acidente poderá ser ocasionado caso seja uma região montanhosa e com pouca visibilidade, especialmente caso os pilotos não estejam familiarizados com os procedimentos locais ou não tenham tempo de corrigir a trajetória.
“Um erro no projeto de software Pro Line 3 e Pro Line 21 causam alterações na direção da curva definida pelo procedimento, durante uma aproximação perdida quando o procedimento é modificado significativamente. O FMS pode alterar a direção da curva planejada do banco de dados para uma direção incorreta quando o campo de subida é editado”, afirmou a Rockwell Collins.
Segundo a AD todos os operadores que tiverem os FMC com as séries mencionadas deverão desativar a função automática e realizar a atualização do manual de voo das aeronaves, informando a desativação. O prazo para cumprimento desta normativa será de 12 meses, a partir de 24 de junho de 2020. O programa CRJ foi recém adquirido pela japonesa Mitsubishi, que deverá assumir a produção e suporte de toda a família de jatos regionais canadenses.