Super Jumbo assiste um rápido processo de aposentadoria antecipada em todo o mundo
Por Gabriel Benevides Publicado em 06/11/2020, às 13h00 - Atualizado às 14h17
Primeiro A380 da Etihad foi enviado para estocagem na França
A Etihad Airways poderá ser a próxima empresa aérea a iniciar a gradual aposentadoria do A380. O gigante da Airbus vem sofrendo com a mudança no perfil do mercado no curto prazo e começa a sentir os efeitos da pandemia mesmo entre seus operadores mais fiéis, as empresas do Oriente Médio.
De acordo com os dados do flightradar24, o primeiro Airbus A380 (matricula A6-APA) da Etihad realizou ontem (5) um voo entre Abu Dhabi e o aeroporto de Tarbes, na França, local onde se situa uma empresa especializada em reciclagens de aeronaves. O aeroporto foi o mesmo destino do primeiro A380 aposentado da Emirates, assim como de parte da frota da Air France.
O A6-APA foi o primeiro A380 entregue para a Etihad, em dezembro de 2014, que poderá ter sua carreira resumida em menos de seis anos de serviço. Aliás, a maior parte dos A380 que estão sendo aposentados não chegaram a completar uma década desde que saíram da fabrica da Airbus.
A maioria das empresas que voam com o gigante quadrijato planejavam encerrar o uso do avião ao longo da próxima década, com algumas, como a Emirates Airline, prevendo meados de 2030 como data final. Em decorrência da crise global por conta da pandemia do novo coronavírus, as únicas quinze operadoras do super jumbo europeu colocaram em duvidas o futuro imediato do A380 em suas frotas.
Oficialmente a Etihad não comentou se deverá aposentar seus A380 ou se planeja apenas manter a frota de dez aviões, ou parte dela, estacionada até uma recuperação geral do mercado. A alemã Lufthansa confirmou que deverá retirar de serviço seis A380, mas não descarta incluir os demais oito aviões no processo.
Alguns fatores pesam contra a permanência do A380 na companhia árabe, em especial seus elevados custos operacionais frente as aeronaves bimotoras de última geração, como o A350 XWB. A vertiginosa queda no fluxo dos passageiros gerada pela pandemia se tornou um desafio não previsto para os operadores do A380, que passam a ter um novo entrave na operação no curto prazo.
Caso seja confirmada a completa retirada do A380 da frota da Etihad, a frota será majoritariamente composta pelos Boeing 777 e 787, além de cinco A350 que foram entregues recentemente, mas por conta da pandemia estão estocados.