Boeing prioriza certificação do 737 MAX 7 com menos de 300 encomendas e posterga 737 MAX 10 com mais de 800 pedidos
Marcel Cardoso Publicado em 01/09/2022, às 06h19
A certificação do menor avião da família 737 MAX, da Boeing, pela Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) pode sair primeiro que o do MAX 10, segundo um executivo do fabricante.
Em entrevista à imprensa norte-americana, John Dyson, especialista em Marketing de produtos da Boeing, disse que o sinal verde para o MAX 7 sairá primeiro e o do MAX 10 virá em seguida. Porém, segundo informou a agência Reuters, isto pode acontecer até dezembro.
Apesar da expectativa maior estar agora no menor avião da família, a incerteza sobre o maior deles continua. O MAX 10 ainda corre risco de ser cancelado pela Boeing, por problemas regulatórios envolvendo o Congresso norte-americano e a FAA, o que acendeu o sinal amarelo para a Gol Linhas Aéreas, no Brasil, que tem 22 pedidos ativos de unidades do modelo.
Como AERO Magazine informou no início de março deste ano, o prazo para certificação do 737 MAX 10 encerra em dezembro, caso contrário terá de atender aos novos requisitos aprovados pelas reformas regulatórias criadas em 2020, depois dos dois acidentes fatais do modelo que mataram quase 350 pessoas. As novas regras trazem uma série de mudanças, como inclusão de um novo sistema de alerta para os pilotos e entrarão em vigor no primeiro dia de 2023.
Caso a certificação não seja obtida no prazo, a Boeing terá que reformular o sistema de alerta da tripulação do novo avião e treinar os pilotos separadamente. Na prática significa ter dois aviões diferentes na mesma família, segregando os times de voo e ampliando os custos das empresas aéreas. A Boeing disse publicamente que poderá desistir do 737 MAX 10 caso tenha que realizar tais mudanças no projeto.