6º Mostra BID Brasil reuniu empresas do setor aeronáutico em Brasília

Anúncio de novos projetos foram os principais destaques da feira

Por André Magalhães Publicado em 11/12/2021, às 15h20

Aconteceu em Brasília (DF) a 6º Mostra BID Brasil ( Base Indústrial de Defesa e Segurança do Brasil), entre os dias 7 a 9 de dezembro, o evento reuniu diversas empresas do setor bélico e de segurança, tanto nacionais, estrangeiras e as respectivas forças armadas e forças auxiliares.

Conversamos com algumas empresas do setor aeronáutico que nos falaram um pouco de seus atuais e futuros projetos.

 Saab:

 

Mockup do caça Gripen E ´demonstra em tamanho real as dimenssões do caça brasileiro | Foto: AERO Magazine / André Magalhães

A empresa sueca, juntamente com a Força Aérea Brasileira (FAB), apresentaram o mockup em tamanho real do Gripen E, a maquete ficou em exposição estática e foi possível visitar a cabine.

Em novembro os quatro primeiros Gripen F-39E construídos em série foram entregues oficialmente à FAB, na Suécia. Os caças de matrícula 4101, 4102,4103, e 4104 deverão ser embarcados e enviados ao Brasil até o início de 2022.

 

Sensor IRST faz a busca passiva de seus alvos pelo infravermelho, sem que os inimigos saibam que estão sendo rastreados | Foto: AERO Magazine

Ao todo a FAB encomendou 36 unidades do caça Gripen, sendo que, 28 são da versão monoposta (E) e oito da versão biposta (F). Os caças para dois pilotos serão construídos totalmente no Brasil, na unidade da Embraer de Gavião Peixoto (SP). 

 

AEL Sistemas:

 

AEL Sistemas se demonstrou animada com a escolha da força aérea sueca em equipar seus Gripen E com a tela WAD | Foto: AERO Magazine/ André Magalhães

A empresa fornecedora e desenvolvedora da tela WAD, que vai equipar os caças Gripen, comentou sobre o uso da tela pelos Gripen suecos. “Incialmente foi uma solicitação da FAB, quando a AEL mostrou que era um produto totalmente capaz, a força aérea sueca decidiu que seus aviões também terão essa tela”, disse um executivo da empresa.

Tela WAD vai possibilitar muitas facilidades aos pilotos do Gripen | Foto: AEL Sistemas

A tela WAD possibilita uma maior facilidade ao piloto e uma melhor gerência dos sistemas, tudo em apenas um campo de visão, diferentemente de outros caças que têm várias telas à frente do piloto.

Outros exemplos de aeronaves brasileiras que receberam modernos aviônicos da AEL Sistemas, foram os caça navais AF-1 Skyhawk da Marinha do Brasil e o F-5EM/FM da FAB. Ambas aeronaves tiveram seus cockpit modernizados com a ajuda da empresa sediada em Porto Alegre (RS).

Akaer:

 

Caixão de asas do Gripen E sendo produzido no Brasil | Foto: Akaer

A Akaer, falou sobre a importância da ida de engenheiros brasileiros na Suécia, para o melhor aprendizado do caça. Vale destacar o envolvimento da akaer na concepção de peças do Gripen, como a fuselagem central, trem de pouso principal, caixão das asas. Sendo que, recentemente, a empresa avançou na construção de importantes peças do caça.

A empresa está envolvida no desenvolvimento do jato turco Hurjet, no entanto, ao ser questionado pelo site, a empresa preferiu não comentar maiores detalhes do projeto paralelo com os turcos.

O grupo também está envolvido na revitalização das asas dos P-3AM Orion, aeronave de patrulha marítima da FAB. A empresa fez a substituição de diversos elementos das asas, como longarinas dianteiras e traseiras, painéis superiores dos caixões centrais asa/fuselagem, além de componentes de sistemas como o de combustível e elétrico. 

Tal projeto pretende expandir a vida útil das aeronaves | Foto: Akaer

A Akaer também frisou os projetos aeroespaciais, a empresa teve participação no satélite brasileiro Amazônia 1, lançado em fevereiro deste ano. Por meio das empresas Equatorial Sistemas e Opto Space & Defense, o Amazônia 1 ganhou uma pequena câmera de alta resolução, bem como um gravador de voz e dados.

Os equipamento do grupo Akaer garantem imagens de alta resolução, que em órbita, podem fornecer importantes dados para o desmatamento, incêndio, pesquisas do setor agropecuário, dentre muitas outras atividades.

Desaer:

 

Empresa brasileira aposta em versões militares do ALT 100 e ALT 300 | Foto: Desaer

A Desaer demonstrou empolgação com os projetos do ALT-100 e ALT-300, um dos pontos ressaltados pela empresa foram os estudos sendo feitos para versões elétricas e híbridas das aeronaves.

A versão militar do ALT-300 é uma possibilidade para a empresa. “O ALT-100 é hoje um produto estratégico de defesa e recentemente o ALT-300 abre o pedido para a área de defesa”, disse Evandro Fernandes, executivo da Desaer.

Evandro ainda disse que grande parte dos interesses para as aeronaves se encontra na aviação cargueira, que tem alta demanda de mercado.

Versão cargueira civil também é uma aposta da Desaer | Foto: Desaer

A empresa iniciou o projeto do ALT-300 em virtudes das demandas do mercado que buscam uma aeronave com maior capacidade do que o ALT-100, a versão estendida, por exemplo, pode transportar 40 passageiros e 4.000 toneladas de carga.

Questionado pelo site AERO Magazine, a empresa informou que foi por meio de demandas a concepção do ALT-300, apresentado oficialmente, na terça-feira (7), na abertura da 6º  BID Brasil.

O ALT-300 pode levar até 40 passageiros e tem uma capacidade de carga de 4.000 toneladas | Foto: Desaer

A motorização das aeronaves ainda não é certa, mas a empresa trabalha com três fabricantes, a General Electric, a Pratt & Whitney e a Rolls-Royce.

 XMobots:

 

Dorne Nauru 1000C transporta uma câmera frontal de alta resolução que pode ter várias aplicações | Foto: AERO Magazine/ André Magalhães

A empresa brasileira Xmobots apresentou na 6º BID Brasil o drone Nauru 1000C, três drones estão sendo testados pelo Exército Brasileiro.

O Vant (Veículo Aéreo não Tripulado) pode cumprir missões de segurança, vigilância e monitoramento, para isso nauru pode transportar câmeras de alta resolução para uma eficiente missão de vigilância, por exemplo.

A aeronave é de fabricação nacional, exceto pelos motores que são estrangeiros, toda a estrutura é feita de materiais compostos e alumino. 

O Exército Brasileiro está testando três unidades do drone da XMobots | Foto: AERO Magazine/ André Magalhães

O  Vant pode atingir velocidades de 100 km por hora, tem uma autonomia de 10 horas e um alcance de 60Km, a partir do posto fixo de comando. 

 O Nauru 1000C tem oito motores elétricos, contra rotativos, que possibilitam o pouso e a decolagem vertical (Vtol). Todavia, a aeronave é equipada com um motor de 30 HP na parte traseira que possibilita um voo convencional.

Toda a estrtura, componentes e demais peças, exceto os motores, são de produção nacional | Foto: AERO Magazine / André Magalhães

 

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