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Vertical Aerospace realiza primeiro voo pilotado de eVTOL na Europa

Vertical Aerospace realizou o primeiro voo pilotado de eVTOL com asas em espaço aéreo aberto na Europa


Voo do VX4 no Reino Unido é o primeiro de um eVTOL com asas pilotado em espaço aéreo aberto na Europa - Vertical Aerospace
Voo do VX4 no Reino Unido é o primeiro de um eVTOL com asas pilotado em espaço aéreo aberto na Europa - Vertical Aerospace

A Vertical Aerospace anunciou nesta terça-feira (27), que realizou, pela primeira vez na Europa, um voo pilotado de um eVTOL, aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical, com asas em espaço aéreo aberto.

O feito ocorreu a partir do aeroporto de Cotswold (GBA), no Reino Unido. O protótipo VX4, pilotado por Simon Davies, decolou, realizou voo sustentado e pousou como uma aeronave convencional, utilizando a sustentação gerada pelas asas, uma característica fundamental para aumentar a eficiência energética e a viabilidade comercial do modelo.

A autorização para o voo foi concedida pela Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido (CAA), que estendeu a Permissão para Voar da Vertical após análise de dezenas de milhares de páginas de documentação técnica e de segurança.

O VX4 é atualmente o único protótipo de eVTOL com asas pilotado em voo aberto e desenvolvido sob uma Aprovação de Organização de Projeto (DOA) da CAA. Esse status é necessário para a obtenção do Certificado de Tipo, requisito essencial para operações comerciais de transporte de passageiros. A certificação está sendo conduzida em cooperação com a agência de aviação civil da União Europeia (EASA).

Segundo Stuart Simpson, CEO da Vertical Aerospace, a decisão de realizar voos tripulados desde as fases iniciais do programa foi estratégica. “O voo pilotado fornece informações que simulações não conseguem. Esta conquista demonstra a capacidade do VX4 e a maturidade do nosso programa rumo à operação comercial”, disse.

O teste bem-sucedido integra a fase 3 do programa de desenvolvimento da Vertical, na qual a aeronave realiza voos sustentados utilizando a sustentação das asas, em vez de depender apenas dos rotores. Esse modo de voo reduz o consumo de energia, o nível de ruído e amplia a autonomia, fatores essenciais para tornar a aviação elétrica viável em larga escala.

Durante o voo, o VX4 atingiu velocidades de até 150 mph (cerca de 240 km/h) e altitudes próximas de 2.000 pés, em condições reais de operação. Mais de 30.000 parâmetros de dados de voo foram coletados, validando o desempenho da aeronave em estabilidade, controle e consumo energético.

Para chegar a essa etapa, a Vertical realizou milhares de horas de simulações laboratoriais e testes em solo, incluindo: 7,2 milhões de ciclos de fadiga em cada pá do rotor, testes de queda de baterias de 15,2 metros, ensaios de propagação térmica para avaliar a segurança em caso de incêndio, além de mais de 3.000 horas de testes de integração e confiabilidade nos sistemas de controle de voo.

O projeto conta com apoio do governo britânico, por meio de iniciativas como o Instituto de Tecnologia Aeroespacial e o Desafio Voo do Futuro, que visam impulsionar a indústria aeroespacial e os objetivos de neutralidade de carbono do Reino Unido.

O próximo marco da Vertical será a realização de um voo completo de transição, previsto para o segundo semestre, no qual o VX4 demonstrará sua capacidade de alternar entre o modo de decolagem vertical e o de cruzeiro horizontal, configuração que será utilizada em operações comerciais de passageiros.

Por Marcel Cardoso
Publicado em 27/05/2025, às 09h08


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