Em Perda Total, o piloto e escritor Ivan Sant'Anna narra a agonia dos que viveram ou acompanharam de perto os acidentes com os voos 402, 1907 e 3054. O autor de Caixa Preta reconstitui de forma meticulosa o passo a passo dos três desastres, um com o Fokker 100 da TAM, outro com o Boeing 737 da Gol e o terceiro com o Airbus 320 da TAM. Um livro para ler em uma tacada só. Ivan Sant´Anna conversou com AERO e, nesta entrevista, fala sobre a mística dos acidentes aeronáuticos.
Objetiva | Ivan Sant'Anna 16 x 23 cm - 304 páginas - português www.objetiva.com.br R$ 44,90 + frete |
AERO - Por que acidentes aéreos suscitam tanto fascínio?
Ivan Sant'Anna - Voar não é algo natural para o homem. Nos primórdios, a aviação era arriscadíssima. As pessoas encaravam os pilotos como heróis. E até hoje, mesmo com toda a segurança, é um alívio para muita gente quando o trem de pouso de um voo comercial toca o solo. Existe uma mística em torno do avião, e dos acidentes por consequência. Pilotos têm um fascínio por acidentes, se colocam na pele do colega que estava no cockpit. Gostam de pensar no que fariam se estivessem ali, e aprender com os erros dos outros. Parentes de vítimas de acidentes aéreos também se interessam bastante por desastres aéreos. Tem ainda a questão do impacto, é um fato repentino com muitas vítimas. Não por acaso os terroristas do 11 de setembro escolheram aviões para chocar o mundo.
O senhor é a favor da criminalização dos desastres aéreos?
Absolutamente. A apuração das causas de um acidente deve servir à prevenção, como é nos Estados Unidos. É muito mais prático. Caso contrário, vira esculhambação, o advogado de defesa do piloto ou do controlador vai orientar seu cliente a mentir, o que atrapalha a investigação. Claro que não estou falando de pilotos que bebem, usam tóxicos ou deixam o filho assumir o manche de uma aeronave. Nesse caso, se houver um acidente com mortes, o aeronauta deve responder inquérito por homicídio doloso.
A transição de comando dos militares para os civis pode estar por trás dos acidentes da Gol e o mais recente da TAM?
Não vejo diferença entre civis e militares. Ambos podem funcionar bem ou mal. Só acho que os controladores de tráfego aéreo deveriam ser civis. Os sargentos têm limite de salário e não falam inglês fluente. Há um problema de qualificação.
A bordo do spitfire
O livro Os Eleitos narra a trajetória de sete pilotos norteamericanos que integraram diferentes esquadrões de caça da Royal Air Force na Batalha da Grã-Bretanha, durante a Segunda Guerra. Eles tiveram de enfrentar não só a temida Luftwaffe, mas também ameaças de seu próprio país por terem infringido as leis de neutralidade em vigor antes do ataque japonês à Pearl Harbor. A obra reconstitui a vida desses pilotos que se arriscaram a bordo dos legendários caças Spitfire nos céus britânicos durante os quatro meses do épico embate.
Editora Record | Alex Kershaw 16 x 23 cm - 336 páginas - português
www.record.com.br
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Aventuras reais na selva
O voo nos garimpos da Amazônia é um impressionante livro de memórias, que prende a leitura do início ao fim. Mostra a garra e a coragem de um homem que buscou na aviação a realização de seus ideais. O texto é repleto de aventuras reais, acontecidas principalmente na selva Amazônica, região onde o autor voou por mais de três décadas pilotando vários tipos de aeronaves e cumprindo um heterogêneo elenco de missões. Vale a pena.
Carlini Caniato Editorial | Luiz J. Mendonça 14 x 21 cm - 301 páginas - português
Go Ahead's - (11) 2221-2424
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Redação
Publicado em 12/09/2011, às 13h54 - Atualizado em 27/07/2013, às 18h45
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