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O mundo gira e as empresas rodam

Terceira empresa europeia decreta falência em um intervalo inferior a duas semanas

XL Airways realizará seu último voo no próximo dia 3 de outubro


XL Airways se torna a segunda empresa francesa a pedir falência em apenas um mês e a terceira europeia a falir em menos de duas semanas

A francesa XL Airways se prepara para encerrar todas as suas operações até às 15 horas do dia 3 de outubro, quando se tornará a terceira companhia europeia a decretar falência em menos de duas semanas.

A empresa de baixo custo vinha acumulando uma série de prejuízos e desde agosto buscava potenciais investidores para cumprir suas obrigações imediatas. Sem perspectivas de um aporte de capital emergencial a empresa suspendeu no dia 19 de setembro a venda de passagens, mantendo os voos programados até o dia 3 de outubro. Considerada uma empresa low cost a XL Airways operava apenas voos de longo curso, com uma frota composta atualmente por quatro aeronaves, sendo um A330-300 e três A330-200. A companhia ainda esperava receber no próximo ano dois A330neo.

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Na última semana a XL Airways buscou um acordo com a Air France, com objetivo de levantar US$ 38,6 milhões para garantir suas operações por mais algumas semanas, mas as negociações não avançaram. Com a certeza do final das operações a empresa pediu desculpas a clientes e funcionários, afirmando que buscou todas as formas para se manter viável.

“Pedimos desculpas pelo inconveniente que essa situação possa ter causado aos nossos valiosos clientes. Nossas equipes estão totalmente comprometidas em trabalhar para oferecer aos nossos clientes nosso serviço”, afirmou em nota a XL Airways.

A companhia é a segunda da França a pedir falência em apenas um mês, antecedida pela Aigle Azur, que entrou em colapso no início de setembro. No intervalo de duas semanas a Europa assistiu o fim da britânica Thomas Cooks, da eslovena Adria Airways e da XL Airways.

O MUNDO MUDOU

Os últimos anos têm sido bastante desafiadores para as pequenas empresas aéreas europeias, que sofrem com a alta dos custos e a forte concorrência de empresas internacionais. O elevado valor do euro frente a outras moedas torna pouco competitiva as tarifas na região, forçando as companhias aéreas buscarem desconto cada vez maiores enquanto assistem seus custos ainda em euros aumentando. Além disso, a crescente participação de empresas árabes em tradicionais mercados tem pressionado ainda mais a necessidade de tarifas baixas. Por fim, o mercado global tem assistido uma mudança no comportamento das viagens de negócios, que são na maior parte dos casos a principal fonte de receita das empresas aéreas.

No caso de companhias de turismo, como a Thomas Cook, novos serviços de viagens criados por plataformas como airbnb e sites de desconto em hotelaria e passagens aéreas, criou uma irreversivel mudança de comportamento no público alvo dessas empresas.

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Edmundo Ubiratan | Imagem: Divulgação
Publicado em 02/10/2019, às 16h00 - Atualizado às 16h50


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