Blue Titan aplica tecnologia aeronáutica e inteligência artificial para uso na mineração
A Blue Ocean, em parceria com a Altair, desenvolveu um equipamento inovador para o enchimento de pneus de veículos extrapesados na mineração, utilizando tecnologia de simulação e inteligência artificial aplicada originalmente no setor aeronáutico.
O chamado Blue Titan permite a calibração e enchimento de pneus de grande porte de forma autônoma e remota, eliminando riscos para operadores e atendendo normas de segurança internacionais como a NR22 e NR12.
O equipamento foi projetado para uma das maiores mineradoras do Brasil e já demonstra potencial de aplicação global. Com 12 metros de comprimento, 12 metros de largura e nove metros de altura – a mesma distância entre o solo e o cockpit de um Boeing 747 –, o Blue Titan é alimentado por sistemas elétrico e hidráulico e realiza o enchimento de um único pneu em 15 a 45 minutos
A operação é monitorada remotamente, garantindo que nenhum trabalhador permaneça na zona de risco durante o enchimento. Um dos principais desafios desse processo é a energia potencial acumulada no interior do pneu. Falhas estruturais podem liberar essa energia de forma abrupta, resultando em explosões de grande magnitude.
O Blue Titan incorpora uma estrutura reforçada com materiais compósitos como kevlar e fibra de vidro, também amplamente utilizados no setor aéreo, que oferecem resistência superior e redução de peso em comparação com soluções metálicas. A capota do equipamento pesa 2,5 toneladas, permitindo melhor manobrabilidade sem comprometer a segurança.
Além da proteção física, o sistema registra dados técnicos de cada enchimento, possibilitando auditorias, rastreamento de eventos e aprimoramento contínuo de protocolos de segurança. A tecnologia, definida pela Blue Ocean como “Aero Derivativos”, adapta conceitos do segmento aeronáutico para atender exigências de setores industriais de alto risco, como mineração, transporte e logística.
A solução representa um avanço na automação industrial aplicada a ambientes extremos e reforça o movimento de transferência de tecnologias da aviação para outras áreas críticas da economia.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 03/07/2025, às 14h00
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