Versão executiva do A350 tem alcance de até 20 mil km, interiores personalizáveis e configurações usadas por governos e delegações esportivas
A versão executiva do Airbus A350, designado como ACJ350, pode custar entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2,72 bilhões, considerando aquisição, conversão e personalizações de cabine.
Lançado em 2019, o ACJ350 é derivado do A350-900ULR (Ultra Long Range), com capacidade de voar distâncias de de até 20.000 km, sendo um dos jatos de negócios de maior capacidade e alcance do mundo. A partir do ano seguinte, três unidades passaram a integrar a frota da Força Aérea Alemã (Luftwaffe, em alemão).
A conversão para uso VIP custou R$ 1,85 bilhão, enquanto os sistemas de defesa instalados somaram R$ 1,47 bilhão. O valor total do projeto foi estimado em R$ 7,7 bilhões), segundo o site Aerotime.
Atualmente, as versões comerciais do A350 são negociadas, em valores de tabela, por R$ 1,98 bilhão para o A350-900 e R$ 2,29 bilhões para o A350-1000. A conversão para a versão ULR, que inclui tanques adicionais e modificação nos compartimentos de carga do nariz, custa mais R$ 12,8 milhões.
A Lufthansa Technik foi aprovada em 2018 como responsável pelas conversões dos modelos da linha Airbus Corporate Jets (ACJ). As mudanças incluem instalações voltadas ao uso governamental, como salas de conferência, escritórios e suítes privativas. As aeronaves “Konrad Adenauer” (entregue em 2022) e “Theodor Heuss” (em 2023) exemplificam essa configuração.
Projetos corporativos e privados seguem o mesmo padrão técnico. Segundo o designer Alexander Craker, há níveis variados de personalização disponíveis, voltados para perfis distintos de clientes. O espaço interno, que pode chegar a 308 m², permite a inclusão de ambientes como spas, academias e salas multifuncionais, adequadas a delegações esportivas ou grupos executivos.
A demanda por aeronaves comerciais de grande porte convertidas para jatos executivos tem crescido entre governos e grandes corporações. O empresário Mark Cuban, por exemplo, adquiriu um Boeing 757-200 para transportar o time de basquete Dallas Mavericks. Posteriormente, a própria NBA adotou a prática e arrendou treze Airbus A321neo para deslocamento das equipes. A WNBA também estabeleceu acordo com a Delta Air Lines para operar voos fretados contínuos a partir das temporadas de 2024 e 2025.
O principal concorrente da Airbus no de jatos corporativos é a Boeing Business Jet (BBJ), que oferece versões VIP dos modelos 737 MAX, 777X e 787. Ambas disputam o nicho de jatos corporativos voltados a chefes de Estado, empresas multinacionais e eventualmente operadores privados.
Por Marcel Cardoso
Publicado em 29/04/2025, às 14h41
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