Saab realiza testes em sistemas eletrônicos no Gripen E da FAB
A Saab energizou pela primeira vez o Gripen E destinado a Força Aérea Brasileira. A aeronave, que está sendo montada na Suécia, faz parte do primeiro lote de aviões destinado a campanha de ensaios em voo e exibiu seus sistemas eletrônicos em funcionamento.
O maior destaque do Gripen E/F é sua tela multifunção de grande dimensão, o WAD (Wide Area Display), que possui 19x8 polegadas com funções sensíveis ao toque. O display único no cockpit reúne todas as informações de voo e missão, reduzindo significativamente o peso e aumentando a capacidade situacional do piloto em qualquer fase de voo, incluindo missões de combate real.
Usualmente aeronaves de caça apresentam três ou mais telas, aumentando o peso final do avião e em alguns casos representando uma maior carga de trabalho ao piloto.
O WAD foi desenvolvido pela brasileira AEL Sistemas, com sede em Porto Alegre, sendo no momento da assinatura do contrato o maior diferencial do Gripen brasileiro. Todavia, os suecos também optaram pelo sistema, aumentando assim a capacidade de integração do WAD com a aeronave. O display de grande dimensão foi inicialmente adotado pelo F-35, sendo o Gripen o segundo caça a dispor da tecnologia. O WAD do Gripen foi desenvolvido com tecnologias próprias, grande parte delas criadas por engenheiros brasileiros, o que evita potenciais problemas de fornecimento de equipamentos em caso de exportação ou mesmo em eventuais disputas políticas.
O primeiro Gripen E da FAB deverá voar no final de agosto, iniciando a extensa campanha de ensaios em voo, que deverá ser encerrada em meados de 2021, quando será entregue ao Brasil. O primeiro lote do Gripen E, designado na FAB como F-39, será produzido na Suécia, com as primeiras aeronaves do segundo lote sendo produzidas parcialmente no Brasil. A expectativa é que apenas as aeronaves finais, das 36 encomendadas, sejam efetivamente montadas no país. A Saab possuí uma unidade de montagem de sistemas e componentes em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e uma planta industrial, em conjunto com a Embraer, em Gavião Peixoto, no interior paulista.
Os novos aviões serão operados pela Ala 2, baseada em Anápolis, no estado de Goiás, substituindo os atuais F-5M. A expectativa é que a FAB consiga viabilizar um segundo lote, substituindo assim todos seus atuais caças F-5M e A-1M.
Por Edmundo Ubiratan | Imagens: Divulgação
Publicado em 11/07/2019, às 16h00 - Atualizado às 17h48
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