A Aena inaugurou uma sala multissensorial no Aeroporto do Recife para passageiros neurodivergentes
A Aena inaugurou, na última sexta-feira (4), a Sala Multissensorial do Aeroporto Internacional do Recife. O espaço foi desenvolvido para atender às necessidades de passageiros neurodivergentes e seus acompanhantes, oferecendo um ambiente de descompressão sensorial no terminal.
A iniciativa integra o Programa de Acolhimento ao Passageiro com Transtorno do Espectro Autista (TEA), do Ministério de Portos e Aeroportos. A cerimônia de inauguração contou com a presença do ministro Silvio Costa Filho.
Na rede de aeroportos administrada pela Aena, além do Recife, o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, já conta com uma sala com essa finalidade. Os espaços foram planejados em parceria com a empresa Neurobrinq, especializada na criação de ambientes multissensoriais.
De acordo com a concessionária, salas semelhantes estão em fase de implantação nos aeroportos de Maceió, João Pessoa, Aracaju, Campo Grande e Uberlândia. Já os terminais de Santarém, Juazeiro do Norte, Montes Claros e Uberaba dispõem de áreas reservadas para passageiros com TEA e outras neurodivergências. Esses espaços também serão instalados em Marabá e Corumbá, com previsão de conclusão até o próximo mês.
Segundo especialistas, pessoas neurodivergentes costumam apresentar hipersensibilidade a estímulos sensoriais. Elementos comuns em aeroportos, como avisos sonoros, movimentação intensa, barulho de malas e luzes fortes, podem desencadear crises de estresse e ansiedade nesses passageiros.
A sala oferece um ambiente controlado e isolado dos estímulos do terminal. “É um espaço que ajuda a regular o estresse, trazendo alívio em relação aos estímulos externos e promovendo bem-estar", afirma Greg Marques Pereira, CEO da Neurobrinq.
Entre os recursos disponíveis estão iluminação de baixa intensidade, sons de água corrente, colunas de bolhas, piscina de bolinhas iluminada e almofadas revestidas com tecidos sensoriais. “Cada item do espaço exerce um papel importante para regular o estresse sensorial do passageiro”, explica Greg. “Os sons de água corrente, colunas de bolhas, têm efeito relaxante; a iluminação adequada promove tranquilidade; a piscina de bolinhas iluminada oferece uma distração e leva a criança a retirar o foco de uma possível angústia relacionada à viagem.”
O local conta ainda com um guia visual sobre as etapas do processo de embarque e três poltronas semelhantes às das aeronaves. “Autistas necessitam de previsibilidade. Não saber o que vai ocorrer ou o que terão que fazer é, para eles, motivo de muito estresse. O guia explica passo a passo as etapas do embarque. As três poltronas servem para que os acompanhantes mostrem aonde ele vai sentar-se dentro do avião. Tudo isso contribui para uma viagem com menos intercorrências”, completa Greg.
A Sala Multissensorial do Aeroporto Internacional do Recife funciona 24 horas por dia, no Embarque Norte, em frente ao portão B12.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 07/04/2025, às 15h27
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