'Vida' curta

Nella Airlines não controla mais a companhia boliviana Amaszonas

Depois de dois anos, o controle da boliviana Amaszonas pela Nella Airlines foi vendido para um investidor

Dívidas com arrendadores inviabilizaram a continuidade operacional da companhia aérea - Divulgação

Investidores brasileiros da Nella Airlines anunciaram esta semana que venderam o controle da boliviana Amaszonas Línea Aérea para o empresário Luiz Divino. Em nota oficial a Nella Airlines Group não deu maiores detalhes do acordo.

A Amaszonas havia sido adquirida em agosto de 2021, em uma transação que movimentou US$ 50 milhões (R$ 250,5 milhões), em meio a uma crise financeira motivada pela pandemia de covid-19. Desta vez, em meio a conflitos com o governo boliviano, que negou qualquer aporte emergencial à empresa.

Em agosto deste ano, as autoridades reguladoras da Bolívia suspenderam o registro de suas quatro aeronaves E190, da Embraer, por conta de dívidas com arrendadores que somavam mais de US$ 15 milhões (R$ 75,2 milhões), inviabilizando assim a operacionalidade da Amaszonas.

“Esta transação representa um marco importante na trajetória de nossa organização e estamos confiantes de que, sob a nova gestão, a Amaszonas continuará a prosperar e a manter seu excelente padrão de qualidade e pontualidade no serviço”, disse a Nella, em nota.

Existência duvidosa

A Nella Airlines foi fundada em 2020, com planos ambiciosos de operar em mais de 70 aeroportos. Em julho de 2021, anunciou a compra da Albatros Airlines, empresa de fretamento venezuelana, com uma frota de cinco aeronaves para voos domésticos.

No mesmo mês, fora dos padrões do mercado, em uma transmissão ao vivo em um canal de um influenciador digital em uma rede social, a empresa anunciou uma suposta parceria operacional com a Boeing para a utilização de dois modelos em rotas nacionais e internacionais, cujas primeiras entregas aconteceriam em agosto.

Na mesma live, foi também anunciada a chegada do primeiro de dois 777-300ER que estariam na frota da Emirates, para setembro. Segundo os gestores, eles seriam usados em voos internacionais de São Paulo (GRU) para pelo menos dois destinos na Flórida, nos Estados Unidos.

Nenhuma das partes confirmou qualquer parceria ou transação operacional com a Nella e nada saiu do papel.