Após perda milionária fabricante japonês anuncia mudanças de planos para o SpaceJet destinado ao mercado regional norte-americano
Pandemia e perdas milionárias na Mitsubishi Heavy Industries levou a revisão do programa SpaceJet
A Mitsubishi Aircraft vai reduzir pela metade o orçamento dedicado ao programa de jatos regionais e ainda suspenderá por tempo indeterminado o desenvolvimento da SpaceJet dedicado ao mercado norte-americano.
A decisão de suspender o programa ocorre após a Mitsubishi Heavy Industries registrar perdas de 60 bilhões de ienes (US$ 560 milhões) no último trimestre. O fabricante japonês ainda reavalia o cronograma de entrega, com a última revisão projetada para 2021, mas poderá também sofrer alterações, dependendo do desenvolvimento da crise gerada pelo novo coronavírus.
A intenção original da Mitsubishi era ingressar no mercado de aviação regional dos Estados Unidos, o maior do mundo, com o então MRJ70, um modelo com capacidade para 70 assentos, com até 86.000 libras (39.000 kg) de peso máximo de decolagem, dentro das regulamentações das scope clauses.
Uma série de atrasos ao longo dos anos levou a uma mudança no cronograma e prioridades, passando a Mitsubishi a trabalhar na versão de maior capacidade, para até 90 lugares, e ainda alterando o nome do projeto para SpaceJet.
“Continuaremos com o projeto em uma escala apropriada, levando em consideração as circunstâncias difíceis que o grupo enfrenta”, explicou Seiji Izumisawa, presidente e diretor executivo da Mitsubishi Heavy, em entrevista coletiva.
Recentemente a Mitsubishi finalizou o processo de aquisição da família de jatos regionais CRJ, da Bombardier, mas não anunciou planos para a comercialização dos modelos que enfrentam a resistência do mercado. A série CRJ700 foi uma das mais bem-sucedidas famílias de aviões comerciais para até 50 lugares, mas suas versões estendidas não obtiveram o mesmo sucesso, especialmente por conta da concorrência com a família E-Jet da Embraer.
Atualmente a Embraer é o único fabricante com um modelo capaz de atender aos requisitos regulamentares das empresas aéreas regionais dos Estados Unidos, com o E175 de primeira geração. Todavia, as companhias aéreas norte-americanas reavaliam o uso da família E-Jet e A220, este último da Airbus, durante a retomada do crescimento da aviação.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 15/05/2020, às 15h45 - Atualizado em 17/05/2020, às 22h39
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