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Perda dos motores sobre a maior cidade dos Estados Unidos

'Milagre do Hudson' completou 15 anos

Motores do Airbus A320 da US Airways perderam força depois de colisão com pássaros em Nova York


Ocupantes do voo US1549 sobre as asas do A320 nas geladas águas do Hudson - NTSB
Ocupantes do voo US1549 sobre as asas do A320 nas geladas águas do Hudson - NTSB

Era uma típica tarde de inverno do dia 15 de janeiro de 2009, em Nova York, nos Estados Unidos, quando o Airbus A320-214 matrícula N106US decolava da pista 04 do aeroporto de LaGuardia, às 15h24, cumprindo o voo US1549 com destino a Charlotte.

Sob os comandos do primeiro oficial Jefrrey Bruce Skiles, na época com 47 anos, tudo parecia corriqueiro durante a execução da subida, mas cerca de 4,5 milhas náuticas (7 km) fora de LaGuardia e a 2.818 pés de altitude (858 metros), às 15h25, um bando de gansos atingiu o bimotor de fuselagem estreita.

O impacto dos pássaros na estrutura era escutado pelos 155 ocupantes da aeronave, os motores do A320 eram danificados e perdiam força sobre a maior cidade norte-americana.

Diante da perda dos dois motores, o então comandante Chesley Burnett Sullenberger III, 57 anos, assumia o controle da aeronave, enquanto Skiles verificava a lista de reinicialização dos CFM56-5B4/P que impulsionavam o N106US.

US1549
Trajeto do voo US1549 - NSTB

Ainda sustentado por uma velocidade de 185 nós (343 km/h), o A320 conseguiu subir por mais dezenove segundos, atingindo a altitude máxima de 3.060 pés, o equivalente a 930 metros. 

Na frequência do controle de saída de Nova York (TRACON), sob o callsign (sinal de chamada), o "Cactus fifteen-forty-nine" comunicava a perda dos motores. Inicialmentre um pouso de emergência foi coordenado para a pista 13 de LaGuardia.

Sullenberger disse "não somos capazes" de retornar, indagando na sequência as condições de Teterboro, aeroporto executivo localizado no estado vizinho de Nova Jersey. Em uma nova tentativa do controlador em orientar uma aproximação na pista 31 de LaGuardia, o comandante respondeu que seria "incapaz" de realizar o procedimento.

Sem os motores e perdendo altitude, os pilotos do US1549 optaram por realizar um pouso de emegência no rio Hudson, que limita a ilha de Manhattan e é a divisa dos estados. Com a tripulação de cabine informada e os passageiros em suas posições, Sullenberg comunicou sua tripulação e os passageiros para se preparar ao impacto.

Era 15h31 no horário local, quando o A320 parou completamente nas geladas águas do Hudson. Segundos depois a tripulação então conduzia os procedimentos de evacuação, enquanto equipes de resgates eram acionadas.

Em meio as baixas temperaturas tanto do ar como da água, todas as 155 pessoas foram retiradas do avião naquele fadítico dia 15 de janeiro que ficou conhecido como 'O milagre do rio Hudson'.

Por Wesley Lichmann
Publicado em 15/01/2024, às 15h30


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