Degradação na relação entre empresas após acidente ameaça acordo que ultrapassa os US$ 22 bilhões
De acordo com matéria da agência de notícias Reuters a Lion Air considera cancelar sua encomenda de 737 MAX, junto a Boeing. O motivo seria a deterioração na relação entre as duas empresas após o acidente com o voo 610 que vitimou todas as 189 pessoas a bordo.
A empresa indonésia é a maior operadora do 737-900ER e foi a primeira a receber o 737 MAX 9, além de ser a que possui mais encomendas para a família 737 MAX em todo o mundo, com 380 encomendadas em 2011. Atualmente a Lion Air possui carteira para 190 aviões, estimados em US$ 22 bilhões.
Porém, a companhia aérea não esconde sua irritação com a suposta postura da Boeing em se eximir de qualquer culpa pelo acidente, apontando a operação como único contribuinte. De acordo com a matéria da Reuters, o co-fundador da Lion Air, Rusdi Kirana, estaria furioso com o posicionamento da fabricante norte-americana.
Após o acidente as autoridades aeronáuticas da Indonésia emitiram um relatório preliminar apontando uma série de falhas na operação no dia do acidente e deficiências na instrução de pilotos. A autoridade de aviação dos Estados Unidos, o FAA (Federal Aviation Administration), ainda emitiu uma Diretriz de Aeronavegabilidade de Emergência (Emergency AD) com instruções para todos operadores do 737 MAX nos Estados Unidos. A expectativa é que as autoridades de todo mundo sigam as recomendações do FAA, inclusive a ANAC. A Boeing também emitiu um boletim similar, onde aponta os procedimentos que os pilotos devem tomar em caso de falha no compensador do ângulo de ataque.
A expectativa é que o relatório final, que elucidará as causas do acidente só deverá ser concluído em meados de 2020.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 04/12/2018, às 15h00 - Atualizado às 18h24
+lidas