Fusão entre jetBlue e Spirit Airlines formaria a quinta maior companhia aérea do país, negócio é contestado pelo governo dos Estados Unidos
O governo dos Estados Unidos quer impedir a aquisição da Spirit Airlines pela Jetblue, em um acordo avaliado em US$ 3,8 bilhões. Um julgamento determinará o futuro da fusão a partir de hoje (31), em um tribunal federal de Boston.
O Departamento de Justiça do Estados Unidos (DOJ), contesta a proposta de compra da companhia aérea de ultrabaixo custo pela Jetblue. Os reguladores norte-americanos afirmam que a fusão levaria a um aumento dos preços das passagens em um mercado cada vez mais concentrado.
A medida faz parte dos esforços da administração do presidente Joe Biden para evitar que a concorrência no setor diminua. Uma decisão final sobre o caso será apresentada dentro de três semanas.
Em um processo aberto em março passado, o DOJ diz que as concessões apresentadas pelas empresas ficaram abaixo das exigidas, e contesta o negócio em uma ação rigorosa das leis antitruste do país.
O órgão estima que os consumidores pagariam cerca de US$ 2 bilhões a mais em um provável aumento anual das tarifas. "Se esta fusão prosseguir, ela limitará escolhas e elevará as tarifas para os passageiros em todo o país", disse Merrick Garland, Procurador-Geral norte-americano.
Após anos de consolidação quatro companhias aéreas chamadas de 'Big 4', American Airlines, Delta, United e Southwest Airlines, são responsáveis por aproximadamente 80% do transporte aéreo do país.
Combinadas Jetblue e Spirit Airlines formariam a quinta maior companhia aérea do país, ultrapassando a Alaska Airlines, protagonista da última fusão do setor, depois da aquisição da Virgin America, em abril de 2016, em uma transação avaliada em US$ 4 bilhões.
A Jetblue apresentou em março do ano passado uma proposta de compra para a transportadora com sede na Flórida, seis meses depois de uma proposta inicial feita pela Frontier Airlines.
Embora a Spirit tenha manifestado o interesse em manter o acordo original com a Frontier, acionistas da empresa consideraram a oferta da Jetblue mais lucrativa, colocando um ponto final nas negociações com a companhia de Denver, no Colorado.
Caso o negócio não seja aprovado, a Jetblue terá que pagar uma taxa de US$ 400 milhões aos acionistas da Spirit, além de outros US$ 70 milhões que iriam direto para o caixa da aérea de ultra baixo custo.
Tanto a Jetblue como a Spirit Airlines, afirmam que a empresa resultante da fusão formará uma concorrente viável para as quatro maiores empresas aéreas do país. A companhia teria uma frota composta por mais de 450 aviões e atenderia 125 destinos, em 45 países.
Por Wesley Lichmann
Publicado em 31/10/2023, às 12h20
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