Usados como hospedagens remotas, principais jatos executivos do mercado oferecem o conforto de uma casa e a funcionalidade de um escritório
Com três zonas de cabine, Falcon 7X possui cadeiras ergonomicamente ajustáveis, guarda-roupa completo, lavabos, cozinha ampla e suporte eletrônico de comunicação |
A Labace é uma das raras oportunidades para se conhecer no mesmo dia os principais jatos executivos em operação no Brasil e no mundo por dentro. Durante o evento, os fabricantes abrem as portas de suas aeronaves e mostram o que elas têm de melhor. São interiores que esbanjam requinte e sofisticação, com o que de mais avançado a tecnologia aeronáutica oferece. Não por acaso costumam ser associados indevidamente à ostentação, sobretudo por quem perambula pelas múltiplas zonas de cabine durante poucos minutos, corroborando a tese de que a aviação privada se resume a luxo e suntuosidade. Sustenta essa visão a premissa de que as comodidades a bordo de aviões corporativos, tratados de forma pejorativa por "jatinhos", são supérfluas e faustosas. Seriam, se seus usuários só tirassem a aeronave do hangar de vez em quando para cumprir voos rápidos. Na prática, porém, não é isso o que acontece, já que os jatos são ferramentas de trabalho.
Airbus ACJ318, jato com maior interior presente na Labace, comporta até 19 passageiros e possui escritório privativo que se converte em quarto |
Executivos de grandes organizações viajam sem parar, em geral para destinos nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia, o que significa intermináveis horas de voo. E para suportar essa rotina de idas e vindas intercontinentais sem perder produtividade, um homem de negócio precisa de conforto e suporte eletrônico para descansar e trabalhar. Além disso, de uns tempos para cá, os executivos encontraram uma nova maneira de ganhar tempo e economizar nas viagens. "Eles passaram a usar seu meio de transporte também como hotel", constata Larry Flynn, presidente da Gulfstream, que expôs na Labace o G550, aeronave de US$ 63,5 milhões capaz de percorrer durante aproximadamente 15 horas mais de 12.000 quilômetros sem escalas com oito passageiros a bordo. A cabine do G550 conta com quatro ambientes distintos, três zonas de temperatura e a opção de 12 plantas baixas com assentos para até 18 passageiros. Para trabalhar, o executivo tem à disposição máquina de fax, impressora, rede local sem fio e comunicações via satélite, além de internet de banda larga (BBML) da Gulfstream, opcional.
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Passageiro do Gulfstream G550 tem à disposição máquina de fax, impressora, rede local sem fio e comunicações via satélite, além de internet de banda larga opcional |
Durante a Labace, a Embraer convidou um grupo de jornalistas para embarcar no Lineage 1000, que participou pela primeira vez do evento. O avião regional convertido em jato executivo, com capacidade de voar de São Paulo a Miami sem escalas, tem no espaço sua principal virtude - sua cross section possui 2 metros de altura por 2,5 metros de largura. São cinco zonas de cabine em 70 m² de piso, um bagageiro realmente grande (9 m³) e mais de 100 opções de configuração, incluindo uma suíte com cama de casal e banheiro com chuveiro, além de sala de TV com sofá para a família toda. Para quem precisa de um escritório, a Embraer oferece uma configuração de mesa de trabalho voltada para a janela. "Se o olhar é direcionado para fora, o executivo se distrai menos com a movimentação a bordo e se concentra mais no computador", diz Marco Túlio Pellegrini, vice-presidente de Operações e Aviação Executiva da Embraer. O Lineage 1000 custa US$ 63 milhões e comporta de 13 a 19 passageiros.
Outra novidade da Labace foi o Global 6000, que possui a maior cabine entre os jatos exclusivamente executivos, segundo a Bombardier. A aeronave, avaliada em US$ 58,5 milhões, conecta São Paulo a Berlim sem escalas com oito passageiros e quatro tripulantes. O destaque de sua configuração é o Global Shower, um conceito de chuveiro opcional que permite ao passageiro até 40 minutos de banho quente (45º C) com jatos múltiplos, spray de corpo, ducha aérea vertical e mangueira. "É o primeiro chuveiro projetado para a indústria da aviação", diz Fábio Rebello, vice-presidente da Bombardier Business Jets na América Latina.
Global 6000, que fez sua estreia na América do Sul durante a Labace, conta com o primeiro chuveiro projetado exclusivamente para um avião | |
A Dassault Falcon Jet, que também tem tradição no mercado de jatos intercontinentais, mostrou mais uma vez na Labace o 7X. O trirreator transporta até 14 passageiros em três zonas de cabine e custa US$ 50 milhões. Os interiores também podem ser personalizados e há opção de projetos exclusivos da BMW DesignworksUSA. Na cabine com 28 janelas, o executivo encontra cadeiras ergonomicamente ajustáveis, guarda-roupa completo, lavabos, cozinha de tamanho completo, sistema de pressurização e controles de temperatura, e sensação de altitude de cabine de 4.800 pés.
O mais caro jato executivo exposto na feira, o Airbus ACJ 318, de US$ 68 milhões, também era o maior. Disponível para fretamentos VVIP pela Globaljet da Suíça, o avião comercial recebeu configuração executiva para até 19 passageiros. Ele possui um escritório privativo que se converte em quarto e tem assentos com configuração social em várias áreas de lazer espaçosas. "Oferece o conforto da casa e do escritório em um avião", resume François Chazelle, vice-presidente de Aviação Executiva e Particular da Airbus.
Giuliano Agmont/ | Fotos Divulgação
Publicado em 04/09/2012, às 12h17 - Atualizado em 27/07/2013, às 18h45
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