Criação da Star Alliance em 1997 criou um novo conceito global de aliança entre empresas aéreas
A Star Alliance comemorou no último sábado (14) os 25 anos de sua fundação, agregando atualmente 26 companhias aéreas localizadas em diversas partes do mundo.
Quando cinco empresas aéreas criaram em 1997 uma aliança global, poucos podiam imaginar que o conceito transformaria a parceria entre companhias e o modo que o passageiro iria escolher e se beneficiar da sua viagem.
“O sucesso da Star Alliance está em unir as principais companhias aéreas globais, com um olhar firmemente focado em um futuro em que o cliente está no centro de nosso trabalho e de nossa rede global”, disse Jeffrey Goh, CEO da Star Alliance.
Criada pela alemã Lufthansa em parceria com a norte-americana United Airlines, a canadense Air Canada, a escandinávia Scandinavian Airlines (SAS) e a tailandesa Thai Ayrways, a Star Alliance teve como objetivo oferecer uma abrangente rede de voos, com uma malha aérea combinada que poderia atender as principais cidades do mundo.
Um dos diferenciais do conceito era evitar as parcerias isoladas entre empresas, criando uma aliança com regras padronizadas e que pudesse oferecer benefícios mútuos entre seus membros e passageiros. Assim seria compartilhados os programas de milhagem, salas VIP, status membros de clientes, entre outros.
A brasileira Varig foi a primeira empresa aérea filiada da Star Alliance, se unindo as cinco companhias fundadoras em 22 de outubro do mesmo ano.
O crescimento da aliança aconteceu de forma rápida, atraindo especialmente novos passageiros para as então seis empresas.
A resposta das rivais foi buscar um sistema de aliança similar, dando origem a Oneworld em fevereiro de 1999, tendo a American Airlines, British Airways, Canadian Airlines, Cathay Pacific e Qantas Airways como empresas fundadoras.
Ciente do movimento entre as grandes empresas aéreas do mundo, a Delta Air Lines, em parceria com a Air France, Korean Air e Aeroméxico criaram a terceira aliança de empresas aéreas, a SkyTeam, criada em junho de 2000.
As três alianças se tornaram referencia global em benefícios para passageiros e seus membros, com uma vasta malha aérea, que combinada soma mais de 11.000 aviões, tendo transportando aproximadamente 1,88 bilhão de passageiros apenas em 2019.
“Estou muito entusiasmado com as inovações lideradas pela Star Alliance e nossas companhias membros”, acrescentou Goh.
Em conjunto com aniversário da Star Alliance, as empresas associadas lançarão campanhas e inovações para os clientes sob o novo slogan de “Together. Better. Connected”, ou “Juntos. Melhores. Conectados”, em tradução literal.
Com a ampliação da conectividade digital, assim como do próprio transporte aéreo, a Star Alliance e suas rivais, trabalham para aproveitar a tecnologia em benefício do setor aéreo e facilitar os processos de viagens.
“Este ano, esperamos mais desenvolvimento em conectividade -- como novas inovações digitais e ofertas emocionantes - pioneiras no setor que os clientes fiéis de nossas companhias membros darão as boas-vindas”, afirma Goh.
A aliança planeja um cartão de crédito co-branded pioneiro do setor que oferecerá aos passageiros membros das companhias aéreas a oportunidade de ganhar milhas e pontos. Também deverá ser expandido o Serviço de Conexão Digital para ampliar os Centros de Conexão da Star Alliance para auxiliar na conexão de passageiros nos principais aeroportos e nas companhias aéreas que os atendem. Também é previsto crescer com o sistema biométrico, o Star Alliance Biometrics, lançado em 2020, que agora está disponível nos aeroportos alemães de Frankfurt, Munique e Hamburgo, assim como no austríaco de Viena.
A Varig foi a primeira empresa aérea filiada a Star Alliance, com seu ingresso ocorrendo apenas cinco meses após a fundação da aliança. Porém, a empresa passava por um período de transformação, encontrando um cenário doméstico desafiador, após enfrentar uma década de forte desvalorização da moeda e congelamento tarifário. Os anos 1990 se aproximavam do final com novas rivais disputando o mercado internacional e um processo de canibalismo do mercado doméstico, que elevavam os custos e reduziram a margem de lucro. A Varig entraria nos anos 2000 em estado pré-falimentar, o que reduzia sua qualidade de serviço e malha. A empresa foi desligada formalmente da Star Alliance em 2006, quando não cumpria uma série de requisitos mínimos de qualidade, malha e frota.
A Tam se tornou a empresa substituta da Varig no Brasil, herdando a maior parte da malha internacional e ampliando sua presença no mercado interno. Em 2010 a Tam oficializou seu ingresso na Star Alliance, poucos meses antes de confirmar sua fusão com a chilena Lan. O processo de consolidação do que levaria a criação da Latam envolveu escolher uma aliança, visto que a Lan pertencia a Oneworld. Com melhores conectividades para a realidade do passageiro brasileiro e sul-americano, a Latam optou pela Oneworld, saindo assim oficialmente da Star Alliance.
O grupo Avianca herdou a vaga na Star Alliance, com a brasileira OcenaAir, que voava sob o nome fantasia Avianca, sendo aceita como a empresa brasileira da aliança. Todavia, a Avianca Brasil jamais se tornou rentável e os problemas se acumulavam mês após mês, levando a empresa a falir em 2019, poucos anos após ser aceita na Star Alliance. Desde então nenhuma empresa nacional teve interesse em ingressar na aliança, que deixou uma marca de aceitar empresas que logo após ingressarem abandonavam a parceria.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 16/05/2022, às 15h14
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