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A volta das disputas entre Washington e Moscou

Estados Unidos vetam venda de aviões russos para o Irã

Superjet 100 desenvolvido em parceria entre russos e italianos esbarra no uso de componentes norte-americanos, sujeitos as sanções da Casa Branca


O Irã foi informado que não poderá receber o pedido para cem Superjet por causa de uma barreira de importação dos Estados Unidos. O avião produzido pela russa Sukhoi, em parceria com a italiana Leonardo, emprega uma série de itens e componentes norte-americanos, sujeitos as sanções da Casa Branca.

A entrega dos aviões depende de uma concessão do Office of Foreign Assets Control, subordinado ao Departamento de Estado, dos Estados Unidos, que possui poder de veto sobre qualquer transação que envolva produtos e projetos desenvolvidos no país. O Superjet 100 possui aproximadamente 15% de componentes norte-americanos, como o sistema elétrico, hidráulico, freios, e diversos componentes eletrônicos vitais para a aeronave.


Empresas do leste europeu são atualmente os principais clientes do Superjet. Modelo também voa no México, o únicio operador nas Américas.

O Superjet, desenvolvido no início dos anos 2000 como Russian Regional Jet, foi o primeiro programa russo de aviação civil criado após o colapso da União Soviética. Um dos destaques era a ampla parceria com empresas ocidentais, tornando o avião atraente do ponto de vista comercial e operacional, ao utilizar não apenas o mesmo padrão para certificação, mas fornecedores globais. Entretanto, a escalada das disputas entre Washington e Moscou tornaram o projeto sujeito aos ânimos políticos de ambos os lados. Recentemente o Kremlin afirmou que deverá incentivar a Sukhoi assumir a totalidade do programa Superjet, substituindo todos os sistemas ocidentais por fornecedores russos.

O Irã, que no governo do presidente Barack Obama, havia encomendado centenas de aeronaves da Airbus e Boeing, teve suas ambições canceladas no novo governo, que retomou as sanções em uma série de áreas. Atualmente Teerã analisa a compra do chinês C919 ou mesmo do ARJ21, porém, o primeiro está em fase de desenvolvimento e o segundo possui capacidade abaixo do desejado pelas autoridades iranianas.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 03/01/2019, às 16h00 - Atualizado às 17h46


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