Market Outlook 2025 da Embraer antecipa tendências da aviação comercial e projeta mercado de US$ 680 bilhões em aeronaves de até 150 assentos
A Embraer divulgou seu Market Outlook 2025, relatório que projeta a demanda global por aeronaves comerciais com até 150 assentos para os próximos 20 anos. Segundo a fabricante brasileira, serão necessárias 10.500 novas aeronaves — entre jatos e turboélices — até 2044, movimentando um mercado estimado em US$ 680 bilhões.
A publicação antecipa as tendências do setor antes da abertura do Paris Air Show, marcada para a próxima semana. O relatório também analisa variáveis geopolíticas e econômicas que influenciam a aviação comercial em sete regiões do mundo, além de destacar, pela primeira vez de forma separada, a crescente importância da China no cenário global e o potencial da África. Outro ponto abordado é o segmento de cargueiros, incluindo a conversão de aviões de passageiros para transporte de carga.
A projeção de novas aeronaves, segundo a Embraer, se mantém praticamente inalterada em relação à edição anterior do relatório. Para Arjan Meijer, presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, a estabilidade da estimativa reflete tendências estruturais duradouras identificadas desde a pandemia, como a busca por autonomia estratégica regional. “Acreditamos que frotas mistas de narrowbodies com diferentes capacidades são essenciais para o crescimento de longo prazo”, disse.
A América do Norte deve absorver a maior parte dos jatos de até 150 assentos (30,7%), seguida por Europa/CIS (22,8%) e China (17,2%). No caso dos turboélices, a Ásia-Pacífico lidera com 36% das entregas previstas. O valor total estimado de mercado das novas aeronaves é de US$ 680 bilhões.
Pela primeira vez, o Market Outlook apresenta dados específicos para a China, destacando a crescente importância do país para a aviação comercial global. O documento também analisa a demanda por aeronaves cargueiras, incluindo projeções para conversões de aviões de passageiros em cargueiros.
Além das projeções globais, a Embraer divulgou um estudo específico sobre o potencial de crescimento da conectividade aérea regional na África. Apesar de representar 18% da população mundial, a África responde por apenas 2,1% do tráfego aéreo global e menos de 3% do PIB mundial. Um dos destaques do estudo é a “curva de estímulo” que estima, por exemplo, aumento de até 80% na demanda em mercados pequenos com a introdução de voos diretos.
“Melhorar a conectividade regional pode desencadear novas oportunidades econômicas e elevar a experiência de milhões de passageiros na África”, disse Stephan Hannemann, vice-presidente sênior da Embraer para África e Oriente Médio.
Por Marcel Cardoso
Publicado em 12/06/2025, às 09h27
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