Qatar Airways pretendia forçar a Airbus a voltar a fabricar o A321neo para a companhia, mas a Justiça negou
A Justiça do Reino Unido negou um pedido da Qatar Airways para forçar a Airbus a continuar fabricando unidades do modelo A321neo para a companhia aérea, após o fabricante ter cancelado um pedido de 50 aeronaves do modelo de fuselagem estreita (narrowbody), em janeiro.
A decisão foi anunciada nesta terça-feira (26) e significa que a Airbus continuará fabricando aviões para outras companhias aéreas, enquanto as partes se digladiam sobre os problemas na pintura do A350, podendo retomar o contrato desfeito pelo fabricante em decisões judiciais futuras, mas apenas cabendo cobrir danos financeiros.
Qatar e Airbus travam uma disputa que já dura quase um ano, quando a companhia veio a público questionar a qualidade da pintura de algumas unidades da aeronave de fuselagem larga (widebody) do fabricante. Mais de vinte delas estão inoperantes até hoje.
Outras empresas também identificaram o mesmo problema, mas, segundo a International Airlines Group (IAG), controladora da British Airways e da Iberia, a Agência Europeia de Segurança da Aviação (Easa) não identificou riscos para as operações.
Em dezembro, a Airbus foi processada pela Qatar Airways, no Reino Unido, alegando insatisfação pelo feedback recebido, seis meses após o problema ter sido identificado. Dois meses depois, foi a vez do fabricante processar a companhia aérea, em US$ 220 milhões (R$ 1,07 bilhão), alegando danos a duas aeronaves que nunca foram entregues. Desde então, duas encomendas, uma de 50 A321neo e de dois A350-1000XWB, foram canceladas.
Marcel Cardoso
Publicado em 26/04/2022, às 09h00
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