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Tudo por via aérea

As coisas mais estranhas que já foram transportadas por aviões

De leões à coleção secreta de vestidos, passando por toneladas de molho de tomate e as novas cédulas de real, os itens incomuns que viajam pelo ar


O transporte aéreo desde cedo se mostrou extremamente versátil, proporcionando um número enorme de possibilidades. Impressiona a versatilidade da aviação quando se trata de transporte urgente e emergencial. A lista de curiosidades do que já foi transportado por via aérea é extensa, mas alguns itens chamam atenção.

Você tem Ketchup?
Uma importante rede de fast-food nos Estados Unidos fretou um Boeing 747 para transportar 90 toneladas de ketchup. O avião cruzou o país antes que centenas de lojas ficassem à míngua do molho de tomate.

Hamburguer e gelo seco
Em outra ocasião, um Boeing 737-300F foi requisitado para transportar 14 toneladas de hamburgueres da Bélgica para a Suécia. O objetivo era atender ao lançamento de um novo sanduíche. Os discos de carne foram transportados juntamente com toneladas de gelo seco, para evitar o degelo do alimento durante o transporte.

O Boeing 737-400 (acima) é amplamente utilizado para o transporte de carga aérea expressa. Cargas de grande volume ou peso, são ideais para o Boeing 777F (abaixo).

Extra! Extra! Pode faltar presunto
Ainda no setor de suprimentos alimentícios, a ACS despachou com pedido de urgência um Boeing 727F com uma carga de mais de 17 toneladas de presunto para Porto Rico. A emergência surgiu após um erro administrativo ter comprometido o abastecimento do produto na ilha.

13 toneladas de areia para o deserto?
Um Antonov An-12 transportou nada menos que 13 toneladas de areia entre Roma e o Cairo, no Egito. Embora a capital egípcia seja cercada pelo deserto, uma indústria de vidro que necessitava de um tipo especial de areia que não existia na região.

A mulher mais pesada do mundo
Ainda no Egito, a jovem Eman Ahmed, até então a mulher mais pesada no mundo, com seus quase 500 kg, para Mumbai, na Índia. A paciente portadora de elefantíase deveria passar por uma intervenção cirúrgica para salvar sua vida. O transporte foi tão delicado que a operadora precisou providenciar um Airbus A300-600F para transportar a paciente de 36 anos.

Criações de alta costura
Quando uma importante grife precisou transportar 400 vestidos, 72 pares de sapatos e 40 calças de Milão a Paris, foi necessário providenciar um avião de passageiros para levar em segurança os itens de alta costura. O desafio era levar em absoluto segredo as peças, que seriam apresentadas num importante desfile na semana de moda de Paris.

10 toneladas de tênis para amanhã, por favor
Um avião teve de ser fretado de última hora para levar calçados esportivos ao México. O transporte marítimo chegaria tarde demais ao país latino.

Um jato de negócios para um designer importante
Outros casos envolveram a contratação um jato de negócios de longo alcance para levar um designer da China até Londres. O objetivo? Um ensaio fotográfico.

Leões
Um voo charter foi contratado para transportar sete leões selvagens da África do Sul para Ruanda. O objetivo era repovoar a região com animais selvagens típicos da savana, quase todos eliminados durante a guerra civil de 1994. Dois machos e cinco fêmeas viajaram em um Antonov An-26, devidamente adaptado para a missão.

O Airbus Beluga, utilizado para transporte de peças da Airbus, levou o famoso La Liberte Guidant até o Japão.

An-124 já transportou trem, submarino e carros de Fórmula 1

O exótico VM-T foi criado para apoiar o programa espacial soviético.

Em 2016, o An-225 levou para o Chile um transformador de 182 toneladas feito no Brasil

A Nasa e a DLR utilizam o 747SP como observatório de grande altitude

O estranho Dreamlifter é derivado do 747-400 e destinado ao transporte de grandes estruturas dos aviões da Boeing

Valiosas obras de arte
Quando uma galeria de Paris emprestou algumas obras de Pablo Picasso para um Museu no Marrocos, percebeu que um voo regular não teriaem condições de transportar a carga rara e caríssima, que pesava ao todo mais de 3 toneladas. Distribuída em 11 caixotes reforçados de madeira com altura de até 2,38 m, foi necessário providenciar um Antonov An-26. Porém, a tripulação foi instruída a voar abaixo dos 30.000, para evitar danos às obras de preço inestimável. O problema, o consumo de combustível se tornou maior, o que exigiu um cuidadoso planejamento na rota.

O Delacroix não cabe no 747
Em 1999, durante o ano da França no Japão, o famoso quadro La Liberte Guidant, foi emprestado para o Tokyo National Museum. Porém, o quadro de 3,3 m de altura por 3,9 m de comprimento exigia um complexo sistema de transporte. Com o objetivo de evitar qualquer dano a obra, um container especial foi desenvolvido, o que aumentou ainda mais a dimensão do quadro, que não poderia ser deitado. Com isso, a carga final não passava pela porta do nariz do Boeing 747. A solução foi pedir a Airbus um Beluga emprestado. O avião que possuía a maior capacidade volumétrica da época realizou o voo.

Partes de aviões
O Beluga, desenvolvido sob o projeto básico do Airbus A300F, foi criado para transportar grandes partes dos aviões da própria Airbus. Com plantas industriais espalhadas pela Europa, a Airbus utiliza os enormes (e estranhos) aviões para realizar sua logística. A bordo, partes completas da fuselagem de todos os modelos da Airbus, asas, empenagem, entre outros. A Boeing, ao desenvolver o 787 Dreamliner passou a empregar o mesmo modelo logístico. Para isso, um 747-400 foi completamente modificado. Batizado de Dreamlifter, o modelo possui 1.840 m³ de espaço.

Um transformador e um veículo espacial
Em 2016, um fabricante brasileiro necessitava transportar um enorme transformador até o Chile. Com 182 toneladas totais o enorme equipamento elétrico exigiu o uso do colossal Antonov An-225. O mesmo avião foi desenvolvido para transportar o Buran, o veículo espacial soviético que deveria ter entrado em serviço no final dos anos 1980. Se o Buran acabou junto com a União Soviética, o An-225 se tornou a solução para transporte de enormes cargas pelo ar.

O maior motor do mundo
Quando uma empresa aérea norte-americana teve problema com um de seus Boeing 777 no Brasil, a solução foi trazer o motor GE90, o maior do mundo em potência e diâmetro, com um Antonov An-124. Embora o motor não tenha um peso fora do comum, seu diâmetro, de 310 cm limita seu transporte a poucas aeronaves. O Boeing 747 seria uma opção, mas o custo do rival ucraniano era mais atraente.

Ônibus Espacial
Se o custo do 747 era superior naquele momento, ao menos o gigante da Boeing pode se orgulhar de ter sido o transportador do ônibus espacial norte-americano por três décadas. Os soviéticos tentaram o mesmo com o An-225, mas o projeto de veículo espacial reutilizável só deu certo nos Estados Unidos.

Caixa d’agua?
Quando o programa Buran começou a ser desenvolvido, os soviéticos criaram o Myasishchev VM-T Atlant para transportar sobre a estreita fuselagem partes importantes do projeto espacial. O resultado foi bastante estranho.

F´órmula 1
Anualmente a Fórmula 1 utiliza o transporte aéreo para levar seu enorme, caro e complexo circo pelo mundo. Basicamente tudo que será utilizado na prova é levado por avião, dos carros de competição aos suprimentos, como óleo, uniformes e pneus.

Real R$
Quando o Brasil lançou o Plano Real, em 1994, o Banco Central e as empresas aéreas da época tiveram que planejar uma complexa e delicada operação para distribuir o novo dinheiro pelo território nacional. Milhões de cédulas e de moedas foram transportados em poucos dias para as principais cidades brasileiras. Uma carga que literalmente que valia bilhões de reais.

Trem, submarino e telescópio
O Antonov An-124 já foi utilizado para transportar locomotivas e até mesmo pequenos submarinos. Enquanto o Boeing 747SP foi convertido pela Nasa e pela agencia espacial alemã (DLR) para ser usado como um telescópio de grande altitude. Uma enorme porta lateral é aberta em voo, onde o telescópio montado a bordo fica exposto, permitindo pesquisas do projeto SOFIA (Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy).

Por Ernesto Klotzel
Publicado em 03/04/2018, às 18h00 - Atualizado em 04/04/2018, às 10h19


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