Companhia justifica a medida por conta da adoção do cinto de segurança com airbag
A tailandesa Thai Airways International está restringindo literalmente o tamanho de seus passageiros na classe executiva. Quem embarcar nos Boeing 787 Dreamliner da companhia não podem ter mais de 142 cm de circunferência.
O motivo é a instalação de novos cintos de segurança com airbag, que limitam o uso de extensores empregados por pessoas obesas ou com crianças de colo.
O uso de cintos de segurança com airbag tem se tornado padrão na primeira classe de algumas companhias aéreas, assim como em diversas classes executivas, melhorando a segurança dos passageiros. O dispositivo acoplado a tira do cinto infla em caso de casos de incidentes como turbulências, pousos mais bruscos ou saídas da pista.
Todavia, o tema se tornou polêmico e tem atraído críticas de diversos passageiros e entendidas de direitos humanos. O assunto não é novo, recentemente a finlandesa Finnair passou a pesar, de forma voluntária, os passageiros e suas bagagens e mão. O objetivo nesse caso é reavaliar o peso padrão do passageiro médio, utilizado para o correto balanceamento das aeronaves.
A norte-americana Hawaiian Airlines passou a restringir que passageiros marcassem com antecedência os lugares nos voos entre a Samoa e o Havaí. O motivo também é melhorar o balanceamento dos aviões. Porém, o caso se tornou polemico, já que a Samoa é famosa por contar com uma população obesa. Tanto que em 2013, a então Samoa Air, passou a cobrar um adicional pelo peso dos passageiros em seus aviões. Na ocasião, a empresa havia alegado que era uma maneira mais justa de cobrar pelo transporte aéreo, já que o peso é fundamental na composição do voo.
O balanceamento é feito antes de cada voo, distribuindo o peso a bordo do avião de maneira a obter o correto equilíbrio das forças que atuam sobre a aeronave. Via de regra, o peso do passageiro é padrão, com 70 kg adultos. Com a mudança no peso da população as empresas alegam a necessidade de rever o peso real a bordo.
Ainda assim, o peso do passageiro interfere na disponibilidade de combustível e no transporte de carga. O primeiro item representa o maior custo de operação de um voo, enquanto o segundo fator é uma importante fonte de receita das companhias aéreas.
Com a redução constante na tarifa aérea no mundo, enquanto os aviões de tornam máquinas cada vez mais sofisticadas e caras, as empresas aéreas alegam que suas margens de lucro estão cada vez menores, se aproximando perigosamente do momento que um voo não consegue se viabilizar. Isso leva uma disputa entre passageiros e companhias, cada um tentando defender da melhor forma seus interesses.
Por Ernesto Klotzel
Publicado em 26/03/2018, às 11h28 - Atualizado às 15h31
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