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Caças suíços interceptam avião de delegação russa

Incidente considerado grave por Moscou aumenta tensões entre a Rússia e o Ocidente


O mais recente episódio da escalada das tensões entre a Rússia e o Ocidente acabou por envolver a Suíça, uma nação declaradamente neutra no que tange às questões da geopolítica internacional. Dessa vez, a força aérea do país interceptou um avião oficial russo que transportava uma delegação e jornalistas para a cúpula da Apec (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico), realizada no Peru.

Durante o voo sobre o território suíço, três caças Boeing F/A-18 Hornet se aproximaram do avião russo, no que foi tratado por Moscou como uma atitude agressiva e desnecessária. De acordo com o Ministério da Defesa da Suíça, os caças chegaram próximos ao avião russo em um procedimento de rotina e com duração de apenas sete minutos.

De acordo com as autoridades locais, somente nesse ano mais de 400 voos foram acompanhados para verificações e confirmação da procedência da aeronave. “Trata-se do mesmo procedimento de patrulhas de polícia nas ruas para verificar se um carro não é roubado”, declarou o ministério da Defesa.

Em contrapartida, a embaixada da Rússia em Berna divulgou no Twitter que a ação “expressou surpresa” e que foi enviada uma nota oficial pedindo esclarecimentos à Suíça e expressando a perplexidade russa sobre o incidente. Em nota, o país afirmou que "a tentativa dos responsáveis em apresentar o incidente como um procedimento normal pareceu pouco convincente".

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse também que seu país estava preocupado com o quão próximo as aeronaves militares suíças haviam chegado do avião civil, que tinha todas as autorizações para sobrevoar o espaço aéreo. “Esperamos essas explicações e reagiremos de acordo”.

Poucas horas antes, o presidente russo Vladimir Putin, também em viagem para o Peru, sobrevoou o país alpino sem enfrentar qualquer contratempo. Com a escalada nas ações russas na Ucrânia e na Síria, os países membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e seus aliados têm patrulhado diversas áreas da Europa para avaliar a presença de aviões russos.

Da mesma forma, aeronaves russas voltaram a sobrevoar sem autorização diversas zonas de exclusão e países europeus, em uma constante provocação mútua entre ambos os lados. Segundo a Otan, mais de 600 aviões russos foram interceptados nos céus dos países membros da organização, apenas em 2016.

Recentemente, bombardeiros Tupolev Tu-95 foram flagrados próximo ao espaço aéreo da Irlanda; enquanto outros aviões sobrevoaram o Mar do Norte, próximos a zonas controladas por membros da Otan.

Redação
Publicado em 19/11/2016, às 22h00 - Atualizado em 22/11/2016, às 13h43


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