Atitude da Bombardier em cancelar os pedidos dos aviões atinge empresas e oligarcas da Rússia
A Bombardier anunciou que cancelou os pedidos de todos os aviões executivos encomendados por empresas e oligarcas russos. A medida faz parte do pacote de sansões aplicadas pelo Ocidente contra a Rússia, que está estrangulando a capacidade econômica do país.
A confirmação do cancelamento ocorreu durante um evento em Montreal, no Canadá, quando o CEO da Bombardier, Eric Martel, disse a agência Reuters que o fabricante estava seguindo as restrições impostas pelo Canadá e demais países ocidentais.
O encerramento unilateral dos pedidos deverá beneficiar demais clientes da Bombardier, que poderão ganhar agilidade na fila de entregas dos jatos executivos. Atualmente existe uma elevada demanda por aviões de negócio em todo o mundo, o que torna a medida menos drástica do ponto de vista empresarial.
Os embargos impostos aos oligarcas russos tem sido motivo de elogios e críticas em todo o mundo. Se por um lado a pressão econômica tem causado dificuldades em alguns aliados do Kremlin, em outros as sanções estão sendo burladas por alguns dos maiores bilionários da Rússia.
O oligarca Gennady Timchenko, que detém uma fortuna superior aos US$ 15 bilhões, e figura entre os empresários mais ricos da Rússia e tem forte relação com o presidente Vladimir Putin, conseguiu aumentar sua fortuna em 10% em apenas um dia. Outros dez bilionários russos acumularam em um único dia um total de US$ 8,3 bilhões, segundo dados da agência Bloomberg.
O crescimento foi ocasionado após a reabertura da bolsa russa, onde a maior parte dos oligarcas negociam ações de suas empresas de petróleo e gás natural.
Já o bilionário Alexei Mordashov transferiu seus papéis do conglomerado alemão de transporte e navegação TUI para uma empresa offshore com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, onde conseguiu movimentar US$ 1,4 bilhão.
O setor aéreo russo está entre os mais atingidos pelos embargos, com as empresas aéreas e operadores de jatos executivos ficando impossibilitados de utilizar a maior parte dos aviões. Apenas a frota da Bombardier registrada em nome de operadores russos ultrapassa as 240 aeronaves.
O prosseguimento das repressões contra a economia russa ainda não tem data para acabar, mas os principais fabricantes ocidentais mantém os bloqueios de vendas, suporte e apoio a qualquer companhia com sede na Rússia.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 24/03/2022, às 17h36
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