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Após 2030

Boeing não terá substituto para o 737 antes da próxima década

O cogitado substituto para o 737 dependerá do surgimento de novas tecnologias e a Boeing não planeja lançar nada antes da próxima década


O 737 MAX retomou sua campanha de vendas e vem ampliando a já bem-sucedida carteira de encomendas - Boeing
O 737 MAX retomou sua campanha de vendas e vem ampliando a já bem-sucedida carteira de encomendas - Boeing

A Boeing só deverá apresentar um substituto para a família 737 MAX na próxima década. A informação foi feita por Brian West, diretor financeiro, que explicou que uma eventual nova aeronave de corredor único deverá ser lançada quando houver uma mudança real de eficiência no segmento.

O comentário de West, feito durante uma conferência de investidores do BofA Securities, está alinhado com a posição do presidente-executivo da Boeing, que em novembro do ano passado afirmou que não pretende lançar nenhum avião no médio prazo.

Um dos desafios da Boeing é ampliar as vendas do 737 MAX e encontrar seu ponto de equilíbrio financeiro, ao mesmo tempo que lida com a crise global na cadeia de produção, falhas em seus processos de construção, atrasos no desenvolvimento do 777-9 e ainda problemas pontuais no 787 Dreamliner.

Antes da crise sanitária a Boeing estudava um substituto para a família 757/767, na ocasião chamado de New Mid-market Airplane (NMA). Em uma série de comentários o NMA parceria ser uma aposta um tanto controversa para disputar o mercado do A321neo e suas variantes de longo e ultralongo alcance, mas com um avião completamente novo e distante da família 737 MAX.

A estratégia atual prevê aguardar o desenvolvimento de uma nova geração de motores, que poderá agregar propulsão hibrida ou mesmo elétrica. O lançamento de um avião no curto prazo, baseado nos motores atuais, poderá tornar o programa obsoleto no médio prazo. Diversos fabricantes avaliam com cautela nossos modelos de aeronaves, justamente aguardando o desenvolvimento de novos propulsores e tecnologias de combustíveis. Uma aposta em aviões híbridos ou elétricos pode ser um problema caso novos combustíveis renováveis de alta eficiência sejam viabilizados, ou ainda o uso de hidrogênio.

Da mesma forma, alguns analistas declaram publicamente que o atraso em buscar uma solução para uma nova família de aviões de corredor único torna mais difícil competir com a Airbus. A família A320neo se tornou a mais bem-sucedida dos últimos anos e se beneficia de um projeto que passou pela primeira atualização, dentro de uma proposta que agregou uma série de melhorias ao mesmo tempo que não gerou grandes mudanças na estrutura industrial e nem de operação para as companhias aéreas.

Embora não tenha o mesmo número de vendas do A320neo, os 737 MAX continuam obtendo sólidos pedidos no mercado, com uma carteira que supera os 4.000 aviões. Atualmente a Boeing priorizou a reorganização de seus processos e na consolidação de seus programas em andamento, como o 737 MAX, 787 e 777X.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 23/03/2023, às 14h05


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