American Airlines é a quinta companhia aérea a operar o 787 no país. Entenda as inovações tecnológicas deste revolucionário jato
A American Airlines se torna a quinta empresa aérea a operar com o Boeing 787-8 Dreamliner no Brasil. O jato de médio porte da Boeing, apresentado nesta terça-feira com as cores da companhia norte-americana no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (SP), é um dos aviões mais revolucionários da história.
Com 50% de sua estrutura em materiais compostos, incluindo asas e fuselagem, o Boeing 787 consome 20% menos combustível do que aeronaves de mesmo tamanho. A fuselagem é montada com grandes estruturas construídas numa peça única – produzidas em ligas carbônicas ou polímeros –, o que permitiu eliminar 1.500 chapas de alumínio e aproximadamente 50.000 fixadores.
O 787-8 traz uma série de inovações à aviação de grande porte. Além de ser o primeiro avião comercial a ter mais da metade de sua estrutura construída em compósito, também foi o primeiro a contar com sistema de controle de voos sem fio. Os aviões tradicionais realizam os comandos por sistemas hidráulicos ou elétricos enquanto o 787 envia os comandos através de uma rede sem fio. O sistema permite reduzir o peso e a complexidade das instalações.
Outro destaque são as asas, extremamente finas e com um perfil aerodinâmico de última geração. Há uma redução do chamado arrasto, que é a resistência imposta pelo ar ao movimento da aeronave, o que significa redução do consumo de combustível e melhora da eficiência operacional.
Para os passageiros, destacam-se as enormes janelas, que possuem persianas eletrônicas. A janela escurece gradualmente, substituindo, assim, as tradicionais cortinas plásticas. A cabine de passageiros porporciona uma sensação de menor pressão e maior umidade, melhorando consideravelmente o conforto a bordo e reduzindo o desgaste do corpo em longas viagens.
A demanda por eletricidade no 787 é a maior já vista num avião comercial. Por substituir grande parte dos sistemas hidráulicos por elétricos e eletrônicos, o avião incorporou grandes baterias de óxido de lítio cobalto, com 8 células (32 volts) que proveem 150 ampères cada. Como comparação, as baterias de níquel cádmio do Boeing 777 possuem 20 células com capacidade para 24 volts e 16 ampères. As exigências extremas por energia elétrica causaram uma série de problemas nos primeiros meses de operação do 787. O "avião elétrico" enfrentou algumas situações de princípio de incêndio. Foi necessária uma complexa reengenharia no processo de produção das baterias para garantir que nenhuma célula pudesse superaquecer.
Redação
Publicado em 10/11/2015, às 12h00 - Atualizado às 12h52
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