A Comac deverá receber o certificado de tipo do C919 no dia 19, abrindo o caminho para entrega do primeiro avião comercial chinês
O primeiro avião comercial desenvolvido na China, o Comac 919, deverá receber o certificado de aeronavegabilidade das autoridades no próximo dia 19. A data escolhida é uma referência ao modelo da aeronave, remetendo ao 9 (setembro) e 19 (dia), em uma brincadeira similar a realizada pela Boeing no roll out do 787, realizado em 8 de julho de 2007.
O avião desenvolvido pela Comac, acrônimo de Commercial Aircraft Corporation of China, promete rivalizar no mercado interno com os Airbus A320neo e Boeing 737 MAX, oferecendo um projeto similar, com amplo uso de fornecedores ocidentais e se beneficiando de um projeto mais novo.
2 COMAC C919 arrived in Beijing Capital Airport earlier today. This is the 1st time C919 visited PEK.
— FATIII Aviation (@FATIIIAviation) September 13, 2022
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Hoje pela manhã dois C919 pousaram em Pequim, capital da China, após um voo acompanhado por um ARJ-21, este um avião regional parcialmente desenvolvido localmente. Os aviões de matrícula B-001F e B-001J, serão apresentados formalmente após a certificação ser emita. O B-001J realizou seu primeiro voo em maio, sendo o primeiro exemplar de série, que deverá ser entregue para a China Eastern Airlines.
A Comac iniciou o desenvolvimento do C919 há 14 anos, quando passou a trabalhar em um projeto capaz de superar os rivais ocidentais em tecnologia, mas mantendo boa parte das configurações básicas do segmento, como a configuração interna de seis assentos por fileira (3+3) e alcance e capacidade similar ao A320neo.
O avião também foi concebido para usar o máximo de equipamentos e sistemas ocidentais, seguindo exatamente o conceito adotado pela Airbus, Boeing e Embraer, por exemplo, que especificam o projeto e fornecedores contratados desenvolvem sistemas elétricos, hidráulicos, de navegação, motores, entre outros.
O primeiro voo do C919 ocorreu em 2017, mas a Comac enfrentou uma série de desafios, tendo que revisar o projeto e realizar melhorias nos protótipos, com objetivo de atender as rigorosas regras de certificação, baseadas nas regras ocidentais.
A Comac, por ora, afirma que não pretende disputar o mercado global, focando o início das operações no C919 nas empresas aéreas chinesas. A ambição é conquistar ao menos 30% do mercado interno, algo próximo de 3.000 aviões em um intervalo de apenas 10 anos. As vendas internacionais deverão começar em um segundo momento.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 13/09/2022, às 15h38
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