AERO Magazine
Busca

ATR 42-600S

ATR abandonou projeto de novo avião

Novo avião da ATR para pouso e decolagem em pistas curtas teve projeto interrompido, por redução de demanda


Anunciado em 2019, a aeronave havia feito o seu primeiro voo em 2022 - ATR
Anunciado em 2019, a aeronave havia feito o seu primeiro voo em 2022 - ATR

Pouco mais de dois anos do primeiro voo, a ATR anunciou na última quarta-feira (13), que irá interromper o desenvolvimento da variante 42-600S, projetada para operações de pousos e decolagens em pistas de curta distância.

A decisão ocorre após uma revisão de mercado e em resposta a desafios contínuos na cadeia de suprimentos. O fabricante identificou uma redução de demanda para o novo avião, especialmente no Sudeste Asiático, onde o número de aeroportos que exigem aeronaves STOL diminuiu consideravelmente.

Nathalie Tarnaud Laude, CEO da ATR, disse que a empresa está “entrando na próxima fase de crescimento e aprimoramento” com foco em investir na competitividade dos modelos existentes, que têm sido uma escolha consolidada para companhias aéreas regionais. “Esse compromisso é a razão pela qual nossas aeronaves permaneceram líderes de mercado e uma escolha confiável para nossos clientes nos últimos 40 anos e continua a ser nossa força motriz para o que está por vir", acrescentou.

O ATR 42-600S havia sido oficialmente anunciado em outubro de 2019. O modelo acrescentaria recursos para operação de decolagem e aterrissagem em pistas de até 800m com até 42 passageiros a bordo. A adição do sufixo S demonstra a capacidade STOL, acrônimo em inglês de decolagem e pouso curto.

Mais de vinte companhias aéreas haviam efetuado encomendas da aeronave. A primeira delas, de Papua Nova Guiné, o fez pouco antes do início da pandemia de covid-19, em fevereiro de 2020. O primeiro voo aconteceu em maio de 2022, a partir do aeroporto de Francazal (LFBF), na França.

O redirecionamento do fabricante ao portfólio atual também veio três meses após o acidente envolvendo um ATR 72-500 (PS-VPB) da Voepass Linhas Aéreas, no interior de São Paulo, vitimando fatalmente 62 pessoas. O caso está sob investigação pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Por Marcel Cardoso
Publicado em 14/11/2024, às 07h46


Mais Notícias