Crise com o 737 MAX e desaceleração do mercado impactaram resultados
Primeiro voo do 777-9 poderá ampliar interesse do mercado pelo modelo
Pela primeira vez em quase 50 anos a Boeing encerrou um mês sem nenhum novo pedido, fato registrado em janeiro de 2020. O fato não ocorria desde 1962, época em que a linha de montagem só contava com o 707 em produção e a Boeing ainda trabalhava no projeto do futuro 727. O número de entregas fechou o mês com 10 aviões, dos quais seis 787, dois 777 e dois 767F.
O principal motivo na queda de pedidos e entregas se refere a paralisação do 737 MAX, principal produto da fabricante norte-americana. Com as incertezas de uma data final para retorno das operações, a Boeing optou por paralisar a produção do modelo, afetando seu ritmo de entregas. O mercado também aguarda uma confirmação dos prazos para retomar as análises para novos pedidos, inclusive de empresas que já possuem o 737 MAX encomendados e esperavam já estar adicionando pedidos adicionais.
O chefe da FAA, Steve Dickson, informou que o voo de certificação da aeronave poderá ocorrer nas próximas semanas e afirmou que está satisfeito com os progressos da Boeing na resolução dos problemas.
A Boeing também espera que o primeiro voo do 777-9 permita o mercado voltar sua atenção para o modelo, que promete manter a liderança da família 777 nas vendas de aeronaves de longo curso e grande capacidade. Já o 787 sofre com o desaquecimento do setor, que está crescendo menos do que o esperado, afetando especialmente a faixa de mercado atendido pelo modelo.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 13/02/2020, às 08h30 - Atualizado às 08h49
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