Após 7 anos de atraso interesse pelo avião reduz e encomenda dependerá de boa vontade da Mitsubishi
A AirAsia, empresa malaia de baixo custo, poderá adquirir o MRJ como seu primeiro avião regional. Um dos objetivos para a compra do problemático avião japonês é a estratégia da AirAsia em sensibilizar as autoridades japonesas para ampliar o número de slots disponíveis nos aeroportos do país para a empresa.
Os aviões se adquiridos serão operados por uma subsidiária japonesa da AirAsia, que possui sede em Aichi, mesma cidade onde fica a unidade de produção da Mitsubishi Regional Jet. Segundo a empresa aérea o número de aviões não foi definido, dependendo da oferta que será feita pela Mitsubishi, incluindo valor unitário e prazos de pagamento.
Considerado o primeiro avião comercial japonês em mais de 50 anos, o Mitsubishi Regional Jet enfrenta uma série de problemas, tendo seu cronograma adiado cinco vezes. Originalmente o avião deveria ter sido entregue em 2013, enquanto o calendário atual prevê 2020. Além disso, Bombardier recentemente iniciou um processo contra o fabricante japonês, alegando roubo de informações do programa CSeries, que seria utilizado na campanha de ensaios e certificação do MRJ.
Originalmente a Mitsubishi esperava entregar ao mercado dois modelos, com capacidade para 70 e 90 assentos. O primeiro deveria atender especialmente ao mercado norte-americano de aviação regional, considerado o mais importante do mundo. Por uma cláussula especial, as empresas regionais dos Estados Unidos não podem operar aviões a jato com mais de 70 lugares. Após uma série de atrasos a Mitsubishi optou por desenvolver prioritariamente o modelo de 90 assentos, destinado ao mercado global. Todavia, a chegada dos E-Jet E2 e A220 (anteriormente CSeries) preenche a lacuna pretendida pela fabricante japonesa.
Por Ernesto Klotzel
Publicado em 09/11/2018, às 15h00 - Atualizado às 16h39
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