Com caos aéreo o aeroporto de Londres solicitou que as empresas aéreas limitem a venda de passagens aéreas
O aeroporto de Heathrow, em Londres, solicitou que as empresas aéreas reduzam a venda de passagens aéreas para os próximos dois meses. O objetivo é conter o caos aéreo que tomou conta do aeroporto, que na retomada pós-pandemia não foi capaz de reestabelecer o número adequado de funcionários.
O aeroporto de Heathrow está impondo até o dia 11 de setembro um limite de 100.000 passageiros movimentados diariamente. A redução impacta milhares de viajantes que esperavam aproveitar o verão europeu para lazer ou para empresas que retomaram as viagens corporativas.
O objetivo das autoridades é conter a alta demanda de viagens, que está pressionando as atuais capacidades de movimentação de passageiros no aeroporto. Antes da crise sanitária o aeroporto londrino movimentava, em média 125.000 passageiros por dia, no auge do verão.
“Nosso objetivo é proteger os voos da grande maioria dos passageiros em Heathrow neste verão”, disse John Holland-Kaye CEO do aeroporto em um comunicado. “Isso significará que algumas viagens de verão serão transferidas para outro dia, outro aeroporto ou canceladas e pedimos desculpas àqueles cujos planos de viagem foram afetados”.
Os maiores aeroportos da Europa sofrem com a carência de pessoal de solo, muitos dispensados no auge da pandemia, mas que a recontratação e treinamento ainda está em um ritmo abaixo da demanda. No caso de Londres a maior parte dos problemas está concentrado nas operações internacionais de longo curso, que usualmente movimentam centenas de passageiros por voo, exigindo recursos humanos acima da atual capacidade existente. Um dos setores mais afetados foi de bagagens, onde milhares de malas acumularam por todo o terminal, demonstrando a falta de profissionais para manipular toda a logística necessária.
No mês passado o aeroporto de Gatwick, nos arredores de Londres, também, limitou o número de coos, passando para 825 operações em julho, e até 850 em agosto. Já o aeroporto de Amsterdã, na Holanda, também enfrenta diversos atrasos e chegou a solicitar as empresas aéreas a interrupção da venda de passagens.
“É decepcionante que Heathrow, que estava prevendo um número menor de passageiros e recursos necessários durante a fase de recuperação, tenha considerado necessário tomar essa ação agora para gerenciar essas deficiências”, disse Tim Alderslade, CEO da Airlines UK, associação que reúne as principais empresas do Reino Unido, em resposta a agência Bloomberg.
Apenas a British Airways deverá ampliar a redução na oferta, justamente em um momento de elevada procura por viagens aéreas. A apenas em Heathrow a empresa aérea descartou cerca de 13% de sua capacidade planejada neste verão.
Já a alemã Lufthansa afirmou que está apenas comercializando suas tarifas mais elevadas, como forma de conter a demanda, mesmo com possibilidade de oferecer tarifas menores, mas que aumentariam o número de pessoas nos aeroportos. Segundo a Bloomberg, os voos entre Frankfurt, na Alemanha, e Londres estão custando em média 1.000 euros, um dos valores mais elevados da história.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 12/07/2022, às 16h00
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