Ações da Gol caem mais de 60% após fim do prazo de subscrição e impacto da diluição acionária
As ações da Gol Linhas Aéreas despencaram 61,44% na B3 na terça-feira (15), fechando a R$ 9,64. A queda ocorre menos de dois meses após os papéis se valorizarem mais de 400% com a saída da empresa da recuperação judicial nos EUA e a estreia no pregão em 12 de junho, quando o valor de mercado chegou a R$ 240 bilhões.
O movimento reflete o fim do prazo para investidores exercerem o direito de subscrição, dentro do aumento de capital de R$ 12 bilhões promovido pela companhia. A operação incluiu a emissão de 8,1 trilhões de ações ordinárias e 968 bilhões de preferenciais.
Segundo o BTG Pactual, os acionistas que não aderiram à subscrição enfrentaram uma diluição acionária de aproximadamente 99,8%. O banco acrescentou que, mesmo após a capitalização, a alavancagem da Gol permanece elevada, com um múltiplo EV/Ebitda de 5,4 vezes.
A mudança nos parâmetros de negociação na B3 também impactou a percepção do mercado. Os papéis passaram a ser cotados em reais por mil ações e a operar com um novo lote padrão de 1.000 ações, o que faz com que o valor efetivo por ação esteja na casa de R$ 0,009.
Investidores que optaram por subscrever as novas ações recebem o ticker GOLL10, referente aos recibos de subscrição, que seguem negociáveis no mercado à vista até a conversão em ações. Também há a expectativa de sobras de subscrição, resultantes da não adesão completa dos investidores durante o período estipulado. Esses ativos remanescentes poderão ser redistribuídos conforme as regras estabelecidas pela companhia.
Por Marcel Cardoso
Publicado em 16/07/2025, às 09h05
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