A incrível saga dos aviões terrestres que operaram embarcados em missões muito especiais
Por Santiago Oliver Publicado em 08/04/2020, às 13h00 - Atualizado em 10/04/2020, às 17h40
O Lockheed U-2 realizou uma série de pousos e decolagens em porta-aviões
Desde seu surgimento, nos anos 1920, os porta-aviões foram utilizados por vários aviões que não tinham nada a ver com os caças e outras aeronaves para eles especialmente projetadas.
Sem dúvida, os que ficaram mais conhecidos foram os B-25 Mitchell, que realizaram o bombardeio sobre Tóquio, em 18 de abril de 1942, liderados pelo coronel “Jimmy” Doolittle, decolando do porta-aviões USS Hornet (CV-8).
Para isso foi necessário retirar todos os outros aviões do convés e colocar os dezesseis B-25 em quatro fileiras de quatro, ficando os quatro primeiros, portanto, com menos pista para decolar.
Em abril de 1942 a operação Doolittle decolou com 16 bombardeiros B-25 do porta-aviões USS Hornet (CV-8)
O maior avião não naval a pousar em um porta-aviões e, até hoje, um C-130 Hercules, que em 1963 foi testado pela Marinha dos Estados Unidos como um possível Super COD (sigla em inglês para “reabastecimento em porta-aviões”), a fim de substituir os pequenos Grumman C-2 Trader.
Em 1963 um C-130 realizou incríveis 21 operações de pouso e decolagem bem sucedidas a bordo do USS Forrestal
Um Lockheed KC-130 realizou 21 operações de pouso e decolagem no USS Forrestal (CVA 59), mas, apesar de comprovar a viabilidade da operação, as asas passavam muito próximas das superestruturas do navio e a operação foi considerada muito arriscada. Semanas depois o programa foi cancelado. Devido à sua baixa velocidade de pouso, o Hercules não precisou de gancho de parada e, por isso, antes do voo a tripulação escreveu na fuselagem: “Olha Mãe... Sem Gancho!!!!”
Anos depois, três jatos espiões Lockheed U-2 Dragon Lady foram modificados para operarem em porta-aviões, mas a sua operação – que já era crítica em terra – ficou pior em alto mar. Para participar do projeto Whale Tale, as aeronaves do modelo “A” tiveram o trem de pouso reforçado, receberam gancho de frenagem e spoilers nas asas.
O U-2G (N808X) durante a operação de pouso a bordo do USS Ranger
Os estrategistas da CIA acreditavam que se os U-2 pudessem ser modificados para operarem em porta-aviões, os Estados Unidos poderiam evitar os problemas políticos que envolviam a procura por autorizações para basear os U-2 em outros países.
O projeto foi cancelado após ser testado nos porta-aviões USS America, USS Ranger e USS Kitty Hawk.
Essa e outras histórias você pode encontrar no livro 100 Curiosidades da Aviação
Vídeo gravado a bordo do USS Forrestal (CV-59) mostra as operações de pouso e decolagem do C-130