Último Boeing 787 produzido em Everett sai da linha de montagem

Modelo será agora fabricado exclusivamente na unidade de North Charleston, na Carolina do Sul

Por Gabriel Benevides Publicado em 04/03/2021, às 16h30 - Atualizado às 16h43

O 787 foi o primeiro avião da Boeing a ganhar uma segunda linha de produção, ainda nos anos 2010

No dia 27 de fevereiro o último Boeing 787 Dreamliner saiu das instalações da Boeing, em Everett, nos arredores de Seattle.

O avião pertencente a japonesa All Nippon Airways (ANA) é a derradeira unidade produzida na tradicional unidade de Everett, onde desde os anos 1960 é responsável pela fabricação de todos aviões de grande porte da Boeing.

A partir de agora o 787 será montado apenas na planta de North Charleston, na Carolina do Sul, em decorrência da sua nova estratégia de mercado após uma drástica redução na produção de aeronaves devido à crise do coronavírus.

O 787 foi o primeiro modelo da Boeing a contar com uma segunda planta industrial, que tinha como objetivo aumentar a cadência de produção e permitir melhor logística industrial. Porém, agora com a redução da demanda global, apenas a nova fábrica vai ficar encarregada pelo modelo.

Com o fim da produção do Boeing 787 em Everett, a planta continuará a produzir as famílias 777, 767, 747 e parte do 737 MAX. Aliás, em breve terá também o fim da produção do Boeing 747, reduzindo a capacidade fabril como um todo.

The last Everett built 787, line 1095 for ANA, was moved out of the factory at 10 PM tonight. JAL line 1057 is in the factory for rework. pic.twitter.com/tSTGTeNgw5

— Paine Airport (@mattcawby) February 27, 2021

Após concentrar a produção do 787 na Carolina do Sul, a Boeing aposta no Dreamliner para a pós-crise da pandemia em um momento que alguns de seus clientes estão trocando pedidos do 777X para o 787, a exemplo da Emirates que converteu recentemente parte do pedido do 777-9.

Outro ponto que pode favorecer a Boeing, é a proximidade da planta de Charleston com produção das fuselagens do Boeing 787, o que poderá agilizar a produção e enxugar custos operacionais, onde o fabricante norte-americano projeta os primeiros sinais de recuperação apenas em 2024. Até lá, a Boeing tem o desafio de reconquistar clientes perdidos com o 737 MAX e concluir o cronograma do Boeing 777-9 que sofre desconfiança por parte dos clientes em decorrência dos seguidos atrasos no seu programa de certificação, somado a retração do mercado projetado para os próximos três anos.

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