Seis modelos de aeronaves realizam voo em formatura com a Patrouille de France
Por Edmundo Ubiratan | Fotos: Divulgação Publicado em 30/05/2019, às 15h00 - Atualizado às 17h05
A Airbus realizou um voo especial para celebrar seus 50 anos. Em uma história reunião com a Patrouille de France, a Airbus colocou em voo todos seus modelos de aeronaves em produção (A220, A320 Family, A330neo, A350 XWB, A380 e BelugaXL).
Durante o Paris Air Show de 1969, os governos da França e da Alemanha formalizaram um acordo de cooperação para o desenvolvimento de um novo avião comercial. A parceria vista com ceticismo pelo mercado logo deu início ao consórcio Airbus, que três anos depois realizou o primeiro voo com o A300.
O projeto assinado pelo ministro francês dos Transportes, Jean Chamant e o ministro alemão de Assuntos Econômicos, Karl Schiller, previa o desenvolvimento conjunto de uma aeronave bimotora de corredor duplo para viagens aéreas de médio curso. Um projeto tão ambicioso quanto o Concorde, que estava em desenvolvimento naqueles anos. Assim como o programa supersônico coordenado pela França em parceria com a Inglaterra, o consórcio Airbus nascia com um objetivo bastante ambicioso e arriscado, integrar a indústria aeronáutica europeia em torno de um projeto comum.
Ao contrário do Concorde, que enfrentou a crise do petróleo, o A300 surgiu como uma opção baixo custo para empresas aéreas, que sofriam justamente com a alta do combustível. Não demorou para o consórcio Airbus viabilizar seu primeiro avião, que voou pela primeira vez em 1972, redefinindo o conceito de transporte aéreo em massa. Com uma filosofia próxima do 747, da Boeing, o bimotor europeu pretendia popularizar o uso de aviões em etapas de média e curta duração, mas oferecendo grande capacidade de transporte de passageiros e carga. Seus rivais na época se restringiam a aeronave de fuselagem estreita, como os Boeing 737-200 e Douglas DC-9. Uma década após ser anunciado, o A300 se tornava uma família, contanto com uma versão encurtada, o A310. Além disso, seu sucesso obrigou a Boeing a responder com o 767-200, criado para atender um nicho de mercado similar, mas oferecendo também capacidade de longo curso. Surgia a era dos bimotores de fuselagem larga, que décadas depois substituiria os onipresentes quadrimotores em voos intercontinentais de longo curso.
O A300 permitiu a Europa integrar grande parte de sua indústria aeroespaciais em torno de um projeto em comum, com a Airbus reunindo atualmente quase a totalidade dos projetos aeronáuticos, espaciais e de defesa do continente. Em 1988 a Airbus entregava os primeiros A320, seu primeiro avião bimotor de fuselagem estreita, criado para voos de curta e média capacidade, que logo daria origem a mais bem-sucedida família de aviões projetada na Europa.
Na década de 1990 a dupla A340/A330 entrava em cena, redefinindo o transporte de longo curso, inclusive selando o fim da outrora poderosa McDonnell Douglas. O mais ambicioso projeto da Airbus, o A380, voou pela primeira vez em 2005, apostando em um mercado de grande capacidade e voos direto entre hubs distribuidores de passageiros. Se a expectativa não se concretizou, com o A380 se tornando bastante restrito em vendas, atendendo especialmente companhias aéreas do oriente médio, o A350 XWB se provou como o único capaz de desafiar com sucesso a dupla 777 e 787, da Boeing. O lançamento das novas famílias de aviões remotorizados, designadas como Neo (New Engine Option) que incluiu a série A320 e A330, abriu um novo embate na aviação comerciais global.
Se a demora em responder ao 787 Dreamliner levou o norte-americano a registrar recordes de pedidos em seu lançamento, o A320neo foi capaz de pela primeira vez deixar para trás do rival 737. A mais recente geração do best-seller da Boeing, o 737 MAX, ainda não conseguiu superar o modelo europeu em encomendas.
Recentemente a Boeing criou um vídeo especial parabenizando a Airbus por seus 50 anos. A gigante norte-americana completou 100 anos em 2017, quando também recebeu uma homenagem da rival europeia.