Sukhoi russo intercepta de maneira hostil avião de patrulha dos EUA

Encontro no Mediterrâneo foi considerado perigoso pela marinha norte-americana e amplia animosidade entre os dois países

Por Edmundo Ubiratan Publicado em 28/05/2020, às 16h00 - Atualizado às 16h26

Caça russo Su-35 acompanha avião de patrulha dos Estados Unidos em águas internacionais

Pela terceira vez em dois meses caças russos se aproximaram de aeronaves da Otan em patrulha em águas internacionais no Mediterrâneo. A tensão entre Moscou e Washington ganhou novo impulso com a Rússia buscando ampliar sua influência no norte da África, em especial na Síria e Líbia.

O último encontro entre as forças militares russas e norte-americanas ocorreu no dia 26 de maio, quando dois caças Sukhoi Su-35 Flanker interceptaram avião de patrulha marítima P-8A Poseidon, da marinha dos Estados Unidos.

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O encontro ocorreu em águas internacionais, quando os dois caças decolaram a partir da base de Hmeimin, na Síria, passando a acompanhar o P-8A, por ambos os lados. Segundo a US Navy, a marinha norte-americana, os jatos russos voaram mais próximo que o padrão de interceptação, restringindo a capacidade do P-8A Poseidon manobrar e voar com segurança. Além disso, os aviões estavam armados, o que potencializa o risco de um confronto.

Os procedimentos adotados pelos russos tem sido alvo de duras críticas por parte dos Estados Unidos, que nos últimos meses vem alertando Moscou sobre os procedimentos agressivos de seus pilotos, inclusive pedindo atenção ao acordo de 1972 para a Prevenção de Incidentes no Alto e Alto. Mares (INCSEA, na sigla em inglês). “Esperamos que [os aviões russos] operem dentro dos padrões internacionais estabelecidos para garantir a segurança e evitar incidentes. Ações como essas aumentam o potencial de colisões no ar”, afirmou a US Navy em nota.

Por outro lado, Moscou também tem afirmado que aeronaves norte-americanas e de países membros da Otan têm descumprido padrões internacionais. A disputa política e militar tem tomado contornos similares ao auge da Guerra Fria, com ambos os lados ampliado a interceptação de aviões nos últimos anos.

Os casos no Mediterrâneo se tornaram mais corriqueiros após Moscou apoiar grupos rebeldes na Líbia, inclusive tendo fornecido caças MiG-29 Fulcrum e Su-24 Fencer, ao grupo paramilitar autodenominado exército nacional da Líbia (LNA, na sigla em inglês), que luta contra forças rebeldes do Governo de Acordo Nacional (GNA).

O temor dos organismos internacionais é que as provocações entre os Estados Unidos e Rússia aumente as tensões mundiais, especialmente entre países sob disputa de influência política por ambos os lados.

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