O atual CEO da Boeing coloca a culpa na crise do 737 MAX no seu antecessor e afirma que levará anos para colocar a fabricante nos trilhos
Por Gabriel Benevides Publicado em 07/03/2020, às 22h00 - Atualizado às 23h32
David Calhoun não poupou críticas ao seu antecessor Dennis Muilenburg, em termos contundentes afirmou que está focado em uma transformação interna da fabricante que atualmente se encontra em uma profunda crise por conta dos acidentes que envolveram duas aeronaves do modelo 737 MAX que mataram 346 pessoas.
Calhoun disse na entrevista para o New York Times que vem trabalhando duro para colocar a Boeing nos trilhos; primeiramente ele está tentando reverter o relacionamento do fabricante com as companhias aéreas que não estão nada satisfeitas com a situação do 737 MAX e está tentando reconquistar a confiança dos reguladores internacionais, o novo CEO afirmou que está correndo contra o tempo para colocar o 737 MAX no ar e que tem tentado apaziguar os ânimos do presidente Donald Trump.
“Para ser honesto, esta crise é bem maior do que eu imaginava” disse David Calhoun,e referiu os problemas atuais da fabricante à fraqueza de lideranças passadas.
Calhoun está no conselho da Boeing desde 2009 e foi promovido a presidente em janeiro deste ano após o seu antecessor Dennis Muilenburg ser demitido em dezembro de 2019, Dennis Muilenburg presidiu uma série de decisões comprometedoras que mudaram os rumos da companhia, principalmente por conta do 737 MAX.
Para o atual CEO da Boeing, tirar a fabricante da atual situação poderá levar anos, e que está se concentrando em isolar os engenheiros de pressões empresariais; David Calhoun afirmou que está trabalhando em um novo conjunto de valores destinados a mudar a filosofia da empresa, e que ele está buscando inspirar os funcionários que ainda estão trabalhando no 737 MAX para que façam a aeronave entrar em serviço o quanto antes.
O objetivo do novo CEO é o de recuperar a produção de jatos ao ritmo aceitável que a fábrica possa suportar, trazendo uma nova disciplina para a empresa, desde o baixo até o seu alto escalão, segundo Calhoun: “Se eu nao conseguir tudo isso, vocês podem me jogar fora” declarou.