Restrição de viagens e fechamento de fronteiras impactaram severamente nas operações
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 01/02/2021, às 17h30
Ryanair foi uma das empresas mais impactadas pela pandemia de covid-19 na Europa
A Ryanair divulgou um prejuízo do quarto trimestre de 2020 de € 306 milhões (R$ 2 bilhões), em comparação com um lucro de € 88 milhões (R$ 580 milhões) no mesmo período do ano anterior.
O tráfego no período registrou uma redução de 78%, passando para 8 milhões de passageiros, ante 36 milhões no mesmo período de 2019, o que significou uma redução direta na gestão de liquidez.
A drástica redução do tráfego criou uma situação inédita para a companhia, que é uma das maiores do segmento de baixo custo no mundo. Com serviço voltado para tarifas baixas e geração de receita atrelada a serviços adicionais, a Ryanair foi uma das mais impactadas pelo fechamento em massa de fronteiras na Europa.
A receita teve queda de 82%, passando para € 340 milhões (R$ 2,2 bilhões), ante um resultado de € 1,91 bilhões (R$ 12,58 bilhões). O desempenho de custos caiu 63% graças às medidas implementadas nos últimos nove meses.
Com as restrições de viagens em todo continente europeu, somado ao tráfego reduzido no quarto trimestre e uma revisão do cronograma de entrega de aeronaves, a Ryanair registrou uma taxa de ineficácia excepcional de € 15 milhões (R$ 98,7 milhões) em hedges de combustível e moeda.
Desde março de 2020, a empresa irlandesa reduziu o consumo de caixa cortando custos, participando do programa de apoio à folha de pagamento promovido pela União Europeia, cancelando recompras de ações e adiando investimentos não essenciais.
A empresa ainda espera receber nas próximas semanas seu primeiro 737 MAX 8 após a retomada dos voos do modelo. A possibilidade de recolocar em serviço o modelo, somado a chegada de novos aviões, permitirá ampliar a redução nos custos operacionais, especialmente os atrelados ao combustível.