Ryanair congela pagamento do 737 MAX

Uma das maiores operadoras do 737 no mundo ainda negocia com a Boeing compensação por atrasos

Por Edmundo Ubiratan | Fotos: Divulgação Publicado em 20/09/2019, às 16h00 - Atualizado às 17h20

Ryanair havia planejado expansão da malha baseada na performance e custos do 737 MAX

A Ryanair suspendeu os pagamentos à Boeing referentes aos contratos do 737 MAX. As informações divulgadas pela agencia Bloomberg mostram que a empresa de baixo custo irlandesa também iniciou negociações para rever custos e perdas referentes a paralização dos voos com o 737 MAX.

O CEO da Ryanair, Michael O’Leary acredita que caso a FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unidos, liberar o 737 MAX para voar até o final de 2019, a operação na Europa poderá ser retomada até meados de março. A EASA, a agência de segurança de aviação civil da comunidade europeia, deverá pela primeira vez exigir uma campanha própria de testes antes de emitir a nova certificação do avião. Usualmente um certificado emitido pela FAA ou EASA é praticamente replicado pela outra, mas falhas no processo nos Estados Unidos levou diversas agências no mundo a planejarem suas próprias campanhas para o 737 MAX. Esse processo deverá demandar um tempo extra para os operadores europeus retomarem os voos com o avião. Segundo O’Leary, caso a FAA aprove as mudanças no 737 MAX após março, a Ryanair deverá retirar da programação mais aeronaves do modelo que estavam previstas para assumir voos na alta temporada no hemisfério norte.

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A Ryanair é uma das maiores operadoras globais do 737 que compõe a totalidade da frota da companhia 

O temor é que qualquer novo atraso na retomada das operações e recebimento de novos aviões poderá gerar perdas financeiras consideráveis, o que levará a perda de mais empregos na companhia. Segundo o empresário, a Ryanair possui aproximadamente 500 pilotos excedentes, que foram contratados dentro da previsão de ampliação do número de voos que seria possível com a família 737 MAX. A Ryanair também alertou que poderá fechar algumas bases europeias e diminuir outras em resposta a preocupações com o Brexit e a atrasos nas entregas por parte da Boeing.

A Ryanair é uma das principais operadoras globais da família 737, contando apenas com o modelo na frota, dentro de sua filosofia de padronização e redução de custos. Uma eventual mudança de fornecedor das aeronaves não é cogitada pela empresa irlandesa, que acredita no potencial do 737 MAX, mas teme novos atrasos.

Ao redor do mundo a retomada dos voos do 737 MAX dependerá do humor das agências locais, muitas já planejando exigir um processo próprio para recertificar o avião. A Índia e China deverão estabelecer um cronograma especial para o modelo, desvinculado do processo norte-americano e europeu.

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