Major-general Kanamat Botashev tinha a maior patente russa e embora aposentado continuava voando na força aérea
Por André Magalhães Publicado em 26/05/2022, às 13h02
A Rússia perdeu seu piloto de maior patente na guerra da Ucrânia. O major-general Kanamat Botashev foi abatido em um Su-25 Frogfoot perto da cidade de Popasnaya, situada no Oblast de Luhansk.
O Estado-Maior das forças armadas ucranianas anunciaram o abate de um Frogfoot no domingo, 22 de maio. Porém, não haviam confirmado a identidade do piloto abatido.
A emissora britânica BBC confirmou a morte do piloto russo, que teve seu avião atingido por um míssil portátil (manpad) Stinger e não teve tempo de ejetar. Contudo, até o momento não houve um pronunciamento oficial do governo russo.
Uma curiosidade sobre Botashev é que ele estava aposentado da carreira militar, sendo assim não ficou claro o motivo do oficial general estar na linha de frente no conflito.
Ainda segundo a imprensa britânica, Moscou perdeu 31 pilotos em três meses de conflito, sendo que a maioria tinham mais de 50 anos e detinham patentes elevadas.
O general Kanamat Botashev, 63 anos, fez sua carreira como aviador na aviação de ataque da Força Aeroespacial da Rússia (VKS, na sigla internacional) e chegou até o generalato.
Todavia, em 2012 sua carreira foi interrompida quando o piloto foi acusado de provocar um acidente com Su-27 Flanker. Na ocasião tanto ele quanto outro piloto conseguiram ejetar.
O oficial explicou em seu julgamento que apenas queria pilotar o caça, mas “não levou em conta que tal aeronave tem características próprias”,diferente do modelo que era habilitado.
Como resultado Botashev foi considerado culpado e teve como pena quatro anos de liberdade condicional e uma multa de 5 milhões de rublos. Depois, foi descoberto que o piloto voou novamente em outra aeronave sem ter experiência necessária, no caso um moderno Su-34 Fullback.
Moscou teve significativas perdas de aeronaves na invasão da Ucrânia, sendo a maior parte helicópteros e caças Su-25, além de incluir ainda os modernos caças Su-34 e Su-35.
Do lado ucraniano obviamente houve baixas de aeronaves, sendo a maior parte destruída nos primeiros dias de conflito. Outras foram abatidas em missões de combate, restando atualmente menos de 8% da frota em serviço ativo. Um dos pedidos do governo da Ucrânia é justamente que sejam doados caças ao país.
Nesta lista apurada pela AERO Magazine é possível ver o número atualizado de aeronaves abatidas