Intenção é demonstrar aos potenciais clientes as capacidades reais de combate do novo caça
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 25/08/2020, às 08h00 - Atualizado às 08h24
O recém-lançado MiG-35 é um caça de geração 4++ derivado do confiável MiG-29
A Rússia poderá deslocar um esquadrão de MiG-35 para a base aérea de Khmeimim, na Síria, onde mantém uma importante parte da sua frota em operação de apoio ao regime do presidente sírio Bashar al Assad.
Ainda que o caça esteja entre os mais atuais do arsenal da força aérea russa, o deslocamento das aeronaves não é parte de uma estratégia militar, mas de uma importante ação de vendas. A Rússia pretende empregar o MiG-35 em algumas operações pontuais, demonstrando seu poder de combate real.
A ação poderá facilitar as vendas do MiG-35, uma versão derivada do MiG-29 e considerado um avião de geração 4++, similar ao Gripen NG, Rafale e os recém-lançados F-15EX, por exemplo. Além da Síria, o Peru e a Malásia estão interessados no desempenho do caça, que poderá modernizar suas respectivas forças aéreas.
Recentemente o Egito confirmou a compra de um lote do MiG-35, ampliando seu leque de fornecedores de caças, incluindo a francesa Dassault, com o Rafale, e a norte-americana Lockheed Martin, com o F-16.
A Síria se tornou um dos principais clientes de armamento russo nos últimos anos, tendo adquirido helicópteros Mil Mi-28, mísseis terra-ar KH-29L, veículos blindados e aeronaves não tripuladas. É possível que o regime de al Assad assine um acordo para compra dos MiG-35, o que justificaria o envio dos aviões da força aérea russa para o país.
Considerado um dos regimes mais violentos do Oriente Médio, al Assad sofre com a instabilidade de seu governo desde o início da primavera árabe, em meados de 2011. Analistas apontam que o suporte fornecido por Moscou se tornou na verdade uma campanha de marketing para venda de armamento avançado ao redor do mundo, utilizando o país árabe como palco de teste e exibição real das capacidades de seu poderoso arsenal.
Apoio de Moscou ao regime do governo al-Assad se converteu em um cenário de provas real das capacidades do armamento russo